quarta-feira, 15 de outubro de 2014

TRAVESSIA CAMPOS DO JORDÃO X GOMERAL


            Planejei uma travessia a pé numa região onde, meses atrás, havia atravessado de bicicleta. Uma estrada de terra que liga Campos do Jordão à Guaratinguetá. O plano consistia em ir de ônibus de São Paulo até Campos do Jordão, depois pegar um ônibus até a região do Parque Estadual de Campos do Jordão e de lá seguir a pé até uma vila de Guaratinguetá, chamada Gomeral, onde pegaríamos um ônibus até a rodoviária de Guaratinguetá e de lá para São Paulo. O cronograma era iniciar a caminhada, no máximo até as 10:00 horas; chegar no Mirante do Pau Arcado, no máximo às 11:00 horas; chegar próximo ao ponto mais alto, no máximo às 12:00 horas; a partir daí a inclinação do terreno já teria acabado e poderíamos chegar a Pousada Santa Maria da Serra, no máximo às 13:00 horas; começaríamos a descer e teríamos que chegar na Bifurcação 4 até às 14:00 horas. Sairíamos da estrada para visitar a Cachoeira do Onça e depois até às 15:40 teríamos que chegar até a pousada da Dona Ana (no final da travessia) para termos uma margem de tempo de sobra para não perdemos o último ônibus do dia que saía aproximadamente às 16:00 horas.
Para esta aventura convidei alguns amigos e tive as ilustres companhias da Juliana, do Jay e do Luiz.

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            Saímos da Rodoviária do Tietê às 06:00 horas e chegamos às 09:00 horas em Campos do Jordão. Tomamos um café na rodoviária, atravessamos a rua, pegamos o ônibus para o Horto Florestal e descemos a menos de 1 km da entrada principal do Parque Estadual de Campos do Jordão.
Após fazermos alguns alongamentos iniciamos a caminhada. De trecho em trecho encontrávamos placas da Rota Pedestre (Rota Franciscana) e do Caminho de Aparecida. Passamos por uma minúscula vila do Parque e iniciamos a subida. Durante toda a subida tivemos a companhia das araucárias, da vegetação baixa e do silêncio da região. Raramente um veículo passava por nós e quando passava, levantava uma grande nuvem de poeira a qual não demorava de baixar. A temperatura estava bastante elevada – o que tornou a caminhada um pouco desgastante, porém mantemos sempre um bom ritmo de caminhada e o bom humor.
            Uma hora depois estávamos no Mirante do Pau Arcado. De lá é possível avistar boa parte da parte urbana de Campos do Jordão e da cidade vizinha – São Bento do Sapucaí e pudemos observar o contorno do Complexo do Baú.

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            Continuamos a caminhada, eu sempre comparando o trajeto in loco com o do mapa, verificando altitude e horário, até que chegamos a uma sombra no fim da subida principal e fizemos uma pausa para um lanche reforçado. Voltamos a caminhar com o Sol castigando nossas cabeças até que chegamos ao acesso ao Mirante São José dos Alpes, porém não fomos até ele, pois teríamos que caminhar por mais de 1 km fora do nosso percurso e estávamos com o cronograma apertado (em breve voltarei de carro a esse ponto só para ir a esse mirante e pretendo levar a Juliana, o Jay e o Luiz – meus parceiros dessa trip). Chegamos ao ponto mais alto e caminhamos em meio à paisagem deslumbrante da Mantiqueira. De um lado esquerdo da estrada o Parque Estadual de Campos do Jordão e do lado direito a imensidão da Fazenda Lavrinhas.

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             Chegamos a bifurcação 3 – exatamente na divisa de municípios de Campos do Jordão e Guaratinguetá e paramos para mais um descanso. Mal sentamos e uma picape Chevrolet Chevy 500 veio da bifurcação e logo gritei: “carona!”. A Juliana complementou: “cabe 4?”. O motorista – o Sr. Jaime, prontamente atendeu a nossa prece. Ele, mais 4 jovens, faziam manutenção da rede de alta tensão da região e passariam na Pousada Santa Maria da Serra para almoçar e seguiriam para Pindamonhangaba e passariam exatamente pelo percurso que faríamos a pé. Subimos na picape e em poucos minutos chegamos à pousada. Como estávamos com o cronograma vencido decidimos esperar a equipe da picape almoçar, para continuarmos o trajeto de carona até a bifurcação 4, onde eles continuariam a viagem e nós seguiríamos para a Cachoeira do Onça. Enquanto isso, tomamos uma cerveja e ficamos a descansar no saguão da pousada. Essa carona “veio a calhar”. Pudemos recuperar o tempo do plano inicial e irmos até a cachoeira.

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            Subimos novamente na picape (eu, o Jay, o Luiz e um jovem da manutenção), a Juliana foi no banco da cabine com o Sr. Jaime e seguimos na estrada, já no Gomeral. Os outros dois rapazes da manutenção foram de moto (pois haviam deixado-a na pousada pela manhã).
            Passamos por uma casa, praticamente toda de vidro e logo iniciamos a descida ladeados por montanhas (entre elas a Pedra Grande e a Pedra do Macaco) e com o amplo visual de Guaratinguetá, Aparecida, Roseira e a cadeia montanhosa de Cunha. A estrada é extremamente sinuosa e toda coberta com pedregulhos do tamanho de uma bola de basquete, trecho este que era vencido sem problemas pela picape (teríamos muita dificuldade em caminhar nesse trecho). A viagem foi bastante divertida – off road no Gomeral...
            Finalmente chegamos a bifurcação 4, descemos do carro, despedimos dos nossos caroneiros e seguimos para a Cachoeira do Onça.

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            Após esperarmos um rebanho passar apressadamente, descemos por uma estrada particular por uns 500 metros e atravessamos por uma campina, tendo que passar por uma cerca de arame farpado e entramos numa trilha com mata fechada, mas com traçado bem demarcado. Depois de uma descida de uns 100 metros, chegamos a parte de baixo da Cachoeira do Onça e nos refrescamos parcialmente nas gélidas águas da piscina natural ao pé da cachoeira. Por causa do horário da saída do ônibus, ficamos apenas por uns 15 minutos para descansar, fotografar, contemplar e se molhar. Num futuro bem próximo retornarei a essa cachoeira para ficar o dia todo!

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            De volta a estrada, continuamos na caminhada por aproximadamente 2 quilômetros até chegarmos à Pousada da Dona Ana. Fomos recebidos pela dona da pousada e logo depois o ônibus chegou. Eu e a Juliana pernoitamos no Gomeral. O Jay e o Luiz seguiram de ônibus pra Guaratinguetá e de lá para São Paulo. A noite de lua cheia no Gomeral estava fantástica, horas depois de termos jantado uma truta ao molho de alcaparras e champignon, acompanhada com batatas souté, arroz e feijão. Nos dia seguinte, pela manhã, depois de tomarmos o nosso café da manhã com bolinhos de queijos dos deuses, voltamos para casa.

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            Vídeo da travessia produzido pelo Jay: https://www.youtube.com/watch?v=NWW-uyHRu00

Da esquerda para a direita: Luiz, Jay, Marcio (eu) e Juliana.

            Até a próxima!!!

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

40 TRILHAS DE SÃO PAULO – CONHECER PARA CONSERVAR

         Estagiando no Parque Ecológico do Guarapiranga que conheci o Programa Trilhas de São Paulo. O gestor do parque, na ocasião, me presenteou com um passaporte de trilhas contendo a descrição sobre as trilhas e informações sobre os parques estaduais de São Paulo que foram contemplados pelo programa. Neste passaporte as trilhas estão dispostas em três níveis de dificuldades (fácil, médio e difícil), sendo uma em cada página, com a descrição sumária da trilha e do parque. Na página ao lado um mapa com o traçado da trilha e a localização dos atrativos. A cada trilha realizada, o participante poderá solicitar o registro em seu passaporte. Esse registro é feito através de um carimbo em um campo específico do passaporte, na página respectiva a trilha concluída, tendo direito a brindes em conformidade com os níveis de dificuldades concluídos. Para os que concluem todas as trilhas do nível fácil ganham um squeeze; as do nível médio um porta câmera fotográfica/squeeze; as do nível difícil uma pequena mochila. Para os que concluem todas as trilhas – 40 no total, além dos brindes de cada nível, ganham também uma camiseta com a frase: “Eu fiz!”. Acho que o gestor do Parque Ecológico do Guarapiranga adivinhou que eu abraçaria a idéia e que seguiria firme até o fim. Na mosca...
            A minha proposta com este relato é apresentar, de forma bem resumida, apenas a experiência que tive em cada uma das 40 trilhas, abstendo-me de informações técnicas sobre os parques, trilhas, atrativos, fauna, flora, geologia, tradições e cultura local, com ressalvas. Desculpem-me se, em algum trecho da minha escrita, “assassinei Camões” com incorreções de concordância ou regência nominal/verbal. Algumas informações são apresentadas nas imagens obtidas das páginas do Passaporte Trilhas de São Paulo – Conhecer para Conservar, junto com algumas fotos que tirei nas trilhas e parques. As imagens do rafting no Rio Paraibuna foram feitas por colaboradores do Programa Trilhas de São Paulo, que cobriam o evento na data em que eu concluía o passaporte, na ocasião com o rafting. Informações mais detalhadas poderão ser obtidas no site: trilhasdesaopaulo.sp.gov.br/trilhas-de-sao-paulo/, clicando no nível de dificuldade da trilha e depois na trilha desejada.
                                                                                        
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            Vamos às trilhas!!!              

1 – Trilha da Vida (sensorial) (meados de março a julho de 2009) – 65 metros

            Através do estágio que cumpria no Parque Ecológico do Guarapiranga, por intermédio da universidade que cursava, tomei conhecimento do passaporte de trilhas, realizando a trilha da vida – uma trilha sensorial que objetiva interagir o visitante com o meio ambiente através dos sentidos, exceto a visão, com a missão de sensibilizá-lo para a conservação da natureza e a utilização dos recursos naturais de forma sustentável. Uma guia do parque solicitou que eu tirasse meus tênis e meias e vendou meus olhos. Ela, andando de costas e segurando em minhas mãos, conduziu-me pela pequena trilha, onde tive que aguçar minha audição para ouvir os sons a minha volta, o meu olfato para sentir os odores naturais e produzidos em certos trechos, o meu paladar pra identificar as frutas que me eram oferecidas, o meu tato para identificar os objetos dispostos em uma longa mesa colocada no meio da trilha e os diferentes tipos de terrenos pelo qual eu pisava com variações de temperatura.
            Após sair da trilha tirei a venda dos meus olhos, limpei meus pés, vesti minhas meias, calcei meus tênis e tivemos um momento de reflexão sobre as percepções que tive durante a trilha. Solicitei que meu passaporte fosse carimbado, iniciando, a partir deste momento, minha temporada de trilhas. Por orientação da gestão do parque, não abordarei sobre o conteúdo específico da trilha, nem publicarei fotos de seu interior para não impactar na experiência de outros visitantes. Particularmente, eu fiz essa trilha dezenas de vezes – a primeira de olhos vendados, como visitante e as demais de olhos abertos, como o novo guia da trilha até o término da vigência de meu estágio.

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2 – Trilha da Nascente do Riacho do Ipiranga (26/07/2009) – 720 metros

            Fiz essa trilha logo pela manhã. Fui ao Parque Estadual das Fontes do Ipiranga – Jd. Botânico e após atravessar o parque iniciei a trilha. O piso estava um pouco escorregadio, mas pude fazê-la sem grandes dificuldades. A trilha, uma passarela de madeira fixa, suspensa, com alguns pontos de observação termina numa das nascentes que formam o Riacho do Ipiranga. Na volta, carimbei meu passaporte e parti para o Pico do Jaraguá.

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3 – Trilha do Silêncio (26/07/2009) – 828 metros

            Cheguei ao Parque Estadual do Jaraguá no começo da tarde e fui direto para a trilha. Assim como na trilha do Jd. Botânico, essa trilha também é composta de piso de madeira, não encontrei nenhum obstáculo em realizá-la. Fui até o fim da trilha, onde tem um antigo tanque que era usado por garimpeiros de ouro, e voltei em menos de 1 hora, carimbei meu passaporte na portaria e fui direto para o Pai Zé.

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 4 – Trilha do Pai Zé (26/07/2009) – 3,6 km

            Essa trilha é bem mais difícil que as anteriores, por conta da inclinação do terreno, chegando ao ponto mais alto da cidade de São Paulo (1.135 metros de altitude). Subi a trilha tranquilamente e no último lance, antes da estrada asfaltada que vai até o topo, fui mais exigido fisicamente, por conta das pedras pelo caminho e da maior inclinação no terreno. Lá no alto, num posto avançado do parque, carimbei meu passaporte, subi as escadas até a torre, passei um tempo contemplando a cidade de São Paulo e voltei pelo mesmo caminho. No final da tarde já estava na estação de trem Vila Clarice voltando para casa.

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5 – Trilha da Cachoeira (02/08/2009) – 3 km

            Entusiasmado com o passaporte, parti para o Parque Estadual da Cantareira – Núcleo Engordador. Peguei um ônibus ao lado da estação Tucuruvi e desci um ponto depois da Pedreira Itacema, daí tive que caminhar um pouco de volta, pois notei que desci um ponto depois do que deveria descer. Entrei na estrada de acesso ao parque e em alguns minutos cheguei à portaria do parque. Paguei a entrada e fui direto para a trilha parei nas cachoeiras para tomar banho e fotografá-las. Voltando da trilha fiquei um tempo ao lado da represa da Cantareira, fiz meu lanche, carimbei meu passaporte na portaria do parque e voltei para casa.

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6 – Trilha da Pedra Grande (08/08/2009) – 9,6 km

            Cheguei no Parque Estadual da Cantareira – Núcleo Pedra Grande logo cedo, pois sabia através do passaporte que a trilha é extensa. Na verdade, não é uma trilha propriamente dita. A maior parte do percurso é de estrada asfaltada, com um pequeno trecho de terra no final. O trajeto é bastante arborizado e leva até um mirante onde é possível ter uma vista panorâmica de São Paulo. Fui até o museu, logo ao lado (localizado erroneamente no mapa do passaporte) e parti para o Bosque do Lago das Carpas. Fiquei pouco tempo. Havia levado pouco lanche e já havia consumido praticamente tudo. Chegando a portaria do parque solicitei o carimbo e parti para a primeira lanchonete e depois para casa.

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7 – Trilhado Passareúva (17/08/2009) – 3 km

            A logística para esta trilha foi trabalhosa. Na rodoviária do Jabaquara embarquei em um ônibus para Cubatão. De lá peguei um ônibus até uma vila próxima a sede do Parque Estadual Serra do Mar – Núcleo Itutinga Pilões, em Cubatão. Do ponto final deste ônibus segui caminhando por aproximadamente 3 km, passando por uma estrada de terra com dezenas de igrejas, praticamente encostadas uma na outra, até que cheguei à guarita do parque. Deste ponto até a administração do núcleo tive que andar mais 3 km em uma estrada de terra – a maior parte em linha reta e cheguei ao ponto de encontro onde os dois guias me esperavam. Depois de um café iniciamos a trilha. Continuamos pela estrada de terra, passando por ruínas de um casarão que serviu de hospital nos primórdios da interiorização da colonização paulista, até que descemos por um atalho e atravessamos um rio, tomando as devidas precauções para não tropeçar e desequilibrar nas pedras do leito do rio. Subimos por uma encosta e depois por uma trilha até que chegamos num poço a alguns níveis acima do rio. Este seria o ponto em que teríamos que voltar. Depois de um tempo no poço e nas cachoeiras adjacentes, voltamos pelo mesmo caminho e carimbei meu passaporte na administração do parque.
Percorri os 3 km até a guarita do parque e ao invés de voltar para a vila onde havia descido do ônibus municipal, optei subir para a Rodovia Anchieta até a balança de pesagem de veículos, onde entrei em contato com um serviço de transporte com vans, que costuma embarcar pessoas por essa rodovia e informei minha localização. Aguardando o próximo veículo dessa empresa, que passaria em breve, ocupei o restante do meu tempo tentando acalmar um cachorro que achava que eu estava invadindo o seu território. Em menos de meia hora a van chegou até minha localização. Larguei numa corrida frenética e me joguei dentro da van, com o cachorro no meu encalço. Saí ileso e com mais uma trilha realizada com sucesso. 
                     
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8 – Trilha Monumentos Históricos – Caminhos do Mar (30/08/2009) – 9 km

            Nesta trilha, situada no Núcleo Itutinga Pilões, mas com a entrada no município de São Bernardo do Campo, tive que ser pontual para não perder o ônibus que leva até o parque e que passa poucas vezes ao dia. Do terminal intermunicipal do Jabaquara, embarquei em um ônibus até Ferrazópolis, onde esperei pelo ônibus que me levaria até a entrada do parque.
            Chegando lá, comecei prontamente a caminhada. Parte do percurso é feito em um trecho de planalto e o restante descendo a serra. Todo o trajeto é em estrada asfaltada. Durante a descida passei por alguns casarões antigos, ruínas e por dutos que descem pela serra. Após os 9 km de caminhada nas inúmeras curvas da descida cheguei ao fim da estrada. Apresentei meu passaporte para ser carimbado, na portaria de baixo e tive a opção de pegar um ônibus para a rodoviária de Cubatão e de lá pegar um ônibus para a rodoviária do Jabaquara, mas como estava com pouca grana e economizando o que tinha, decidi voltar pela mesma estrada que desci. Ao chegar a portaria do parque esperei por um tempo até que o ônibus vindo de Ferrazópolis chegou e me levou de volta para a civilização.

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9 – Trilha dos Campos (meados de setembro a dezembro de 2009) – 3 km

            Pegando o primeiro ônibus do dia na rodoviária do Tietê rumo a Campos do Jordão e desci na Vila Jaguaribe. De lá peguei um ônibus local até o Horto Florestal e entrei no parque. Tive dificuldade em encontrar o inicio da trilha, pois a sinalização estava confusa. Após encontrar a trilha subi um morro bem inclinado e passei por alguns campos de altitude, com alguns pontos de descanso com bancos de madeira, até que entrei numa mata mais densa, com vegetação típica da Serra da Mantiqueira. Sai rente a um riacho que dá acesso a outra trilha com alto grau de dificuldade. Permaneci na trilha principal até que saí praticamente na metade da Trilha da Cachoeira – também integrante do Passaporte Trilhas de São Paulo.

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10 – Trilha da Cachoeira (meados de setembro a dezembro de 2009) – 4,7 km

            Saindo da Trilha dos Campos, estava praticamente na metade do percurso que leva até a cachoeira que dá nome a trilha. Fiz um lanche ao chegar à cachoeira, fiquei um tempo a observá-la e retornei pelo fácil percurso até a entrada do parque, tendo por companhia as araucárias, os pássaros e o riacho de margens plácidas.

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11 – Trilha da Saúde (meados de setembro a dezembro de 2009) – 1,3 km

         Deixei logo cedo a capital paulista, indo para o município de Rio Claro. Descendo na rodoviária, caminhei pela cidade por uns 4 km até a guarita da entrada principal do Horto Florestal – a Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade. Peguei uma longa estrada, em volta uma mata densa, sempre ouvindo o barulho da pisada de animais nas proximidades. Em um trecho saí da estrada para dar passagem a um rebanho que vinha em sentido contrário e depois de uns 3 km cheguei a uma encruzilhada onde tinha uma cancela e um vigia que me esperava. Identifiquei-me e o vigia carimbou meu passaporte, antes mesmo de fazer a trilha, pois ele só estava esperando eu chegar para trancar a guarita e ir embora.
Andei mais um pouco para chegar ao início da trilha, passando por uma pequena vila com casarões antigos. Cheguei a um lago eutrofizado e encontrei a sinalização que indicava o começo da trilha. Uma particularidade divertida é que a trilha é composta por obstáculos artificiais, com o objetivo de incentivar o visitante a atividades físicas diversas (alongando, saltando, equilibrando, flexionando etc.). Após terminar a trilha, passando pelos obstáculos dispostos em pontos estratégicos da trilha, dei uma volta pelo horto e no final da tarde voltei para São Paulo.

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12 – Trilha da Praia do Sul (17/01/2010) – 2,2 km

            Até então, as trilhas anteriores eu havia feito sozinho ou com guias do parque onde era obrigado. As próximas trilhas – agora geograficamente longe de casa, tive a necessidade em viajar acompanhado de outras pessoas com os mesmos objetivos, por comodidade e economia. Foi aí que tomei ciência de um grupo de trilhas, o Rumo a Trilha, com o qual fiz várias trilhas e aqueci a “maratona” em busca do 40º carimbo. As trilhas a seguir, as que não fiz sozinho, fiz em viagens oficiais do grupo Rumo a Trilha ou em conjunto com alguns membros do mesmo grupo.
O primeiro encontro foi esquematizado para fazer as três trilhas do passaporte, situadas no Parque Estadual da Ilha Anchieta. Estávamos em cinco pessoas (eu, Florivaldo, Mirtes, Lourdes e Rogério) e marcamos o ponto de encontro no Terminal Rodoviário do Tietê, à noite, na véspera da data das trilhas.
            Descemos no meio da madrugada em Ubatuba, num posto de gasolina e ficamos aguardando o horário do primeiro ônibus local para o ponto de encontro de uma embarcação que nos levaria até a ilha. Andamos até o local em que saía o ônibus, que nos levou até um atracadouro. Encontramos o guia, que nos encaminhou até píer e a embarcação e navegamos para a Praia do Sul. Chegando lá aproveitamos por um tempo o banho que aquela praia nos oferecia e seguimos pela trilha, morro acima, morro abaixo, passando por um mirante de madeira, até chegarmos a Praia das Palmas.

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13 – Trilha Subaquática (17/01/2010) – ida: 350 metros pelo mar; volta: 500 metros por terra.

            Caminhamos até a Praia do Presídio (ao lado da Praia das Palmas) e visitamos a exposição da vida marinha em um prédio da administração do parque. Após a visita seguimos até uma cobertura onde teríamos uma explicação sobre a Trilha Subaquática. Pegamos emprestado o equipamento para a pratica de snorkeling e seguimos para a praia, onde teríamos que atravessar rente a um costão rochoso até a Praia do Engenho, com o auxílio de uma minúscula jangada feita de PVC e outros materiais plásticos.
            Após me acostumar com o equipamento de mergulho/flutuação pude contemplar a vida abundante debaixo d’água. Nosso avanço era feito de forma conjunta com os instrutores, segurando a jangada e impulsionando com as nadadeiras. Chegando ao fim do percurso voltamos por terra e devolvemos o equipamento de mergulho e seguimos para as ruínas.

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14 – Trilha do Saco Grande (17/01/2010) – 2,6 km

            Visitamos as ruínas do quartel e da vila militar do antigo presídio o qual, segundo os guias da ilha, houve uma luta sangrenta durante a rebelião que teve há muitos anos. Seguimos para a última trilha do nosso roteiro na Ilha Anchieta, passamos por mais ruínas e saímos em um costão rochoso onde pudemos observar um show da natureza – ondas versus rochas. Voltamos para a Praia do Presídio, solicitamos os carimbos referente as três trilhas da ilha e seguimos de lancha até o continente, já pensando no próximo roteiro.

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15 – Trilha do Garcez (14/03/2010) – 6 km

            Depois de quase dois meses sem fazer trilha, seguimos num pequeno grupo em dois carros, para o município de Natividade da Serra, no Parque Estadual Serra do Mar – Núcleo Santa Virgínia. O dia estava quente – o que foi propício para aproveitarmos da melhor forma as cachoeiras em alguns trechos da trilha.  Foi uma viagem tranquila, os participantes bem humorados e a trilha feita sem pressa, com longas paradas nas cachoeiras.

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16 – Trilha das Árvores Gigantes (17/03/2010) – 3,5 km

            Peguei o último ônibus da noite rumo a Porto Ferreira, chegando lá no começo da madrugada. Não havia reservado hotel, fui preparado para em último caso pernoitar na rodoviária. Tentei uma vaga em duas pousadas, mas ambas não quiseram me receber devido ao horário (a primeira vez que vejo esse tipo de desculpa – lá vai meu ponto negativo para a receptividade dessa cidade).
Resolvi ficar do lado do posto policial do lado da rodoviária, mas ao chegar lá encontrei o policial fechando o posto. Voltei para a rodoviária, que também tinha fechado ao chegar o último ônibus e me contentei com o chão de concreto, protegido do vento por uma mureta, do lado externo da rodoviária. Fazia frio, vesti toda a roupa que tinha na minha mochila e me cobri com minha capa de chuva da Força Aérea, o que me deu uma proteção extra contra as intempéries. Não temia ser assaltado. Além da minha vida e da minha câmera compacta, nada mais tinha de valor. Dormi tranquilamente. Acordei no meio da madrugada sentindo que tinha companhia e algo se movia a poucos metros de mim. Sorrateiramente espiei e vi que eram dois cachorros. Voltei a dormir e acordei com o barulho das pessoas que passavam pela rua, indo para seus trabalhos e percebi que estava amanhecendo.
Tomei café numa padaria ao lado da rodoviária e me informei sobre o horário do ônibus que passaria em frente ao Parque Estadual de Porto Ferreira. Ele sairia muito tarde em relação ao horário que eu deveria estar fazendo a trilha e de lá pegar o ônibus para o Parque Estadual de Vassununga, que passava poucas vezes por dia. Como minha aptidão para a caminhada estava em alta, caminhei os 8 km pela rodovia que vai da rodoviária até o parque. A rodovia seguia em linha reta, que mal dava para vê-la no horizonte, pois estava andando contra o sol. Em pouco mais de uma hora cheguei no parque, a beira da rodovia.
Chegando lá, fui muito bem recebido e já fui adentrando na trilha. O percurso é bem agradável de andar e pude observar um jequitibá-rosa com mais de 100 anos de idade e outras árvores de grande porte. Terminada a visita, carimbei meu passaporte e atravessei a rodovia para pegar o ônibus para Vassununga, que passou quinze minutos depois de eu ter chegado ao ponto.

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17 – Trilha dos Jequitibás (17/03/2010) – 2,3 km

            Pedi para o motorista me avisar quando o ônibus chegasse ao ponto do Parque Estadual de Vassununga, que fica a beira da rodovia e a menos de 30 minutos de Porto Ferreira, na cidade de Santa Rita do Passa Quatro. Desci e fui direto para a administração do parque, visitei o museu, assisti um vídeo sobre o parque e carimbei meu passaporte, para não precisar voltar ao prédio administrativo, pois a trilha fica do outro lado da rodovia. Entrei por uma passagem embaixo da rodovia, peguei curta estrada de terra e cheguei ao início da trilha. De todas as trilhas que fiz, essa é a que mais têm pernilongos. Pensei que seria carregado por eles... Na volta, após passar pelo maior jequitibá-rosa do Estado, retornei para a rodovia e fiquei acenando para os ônibus rodoviários que passavam com itinerário a São Paulo, mas nenhum parava. Tive sorte com um ônibus que parou para desembarcar um passageiro que morava numa fazenda próxima ao parque e voltei para casa com minha missão do dia cumprida.
                                                                                                         
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18 – Trilha do Poção (21/03/2010) – 3,5 km

            Novamente em sistema de carona, com divisão de custos, fomos somente com um carro (eu, Florivaldo, Mirtes e Cida) para o Parque Estadual Serra do Mar – Núcleo Caraguatatuba e quase que voltamos sem fazer a trilha. No dia anterior havia chovido e, segundo o gestor do parque, o rio que corta a trilha havia subido muito – o que seria um risco enorme para fazê-la. Tentamos convencê-lo em tentar fazer ao menos parte da trilha e tivemos que esperar um grupo de resgate do parque que analisava o trajeto e treinava uma nova equipe de resgate. Eles perceberam que tínhamos alguma experiência em trilhas e autorizaram nossa entrada.
            Entramos na trilha e quando passamos pelos trechos em que precisávamos atravessar por dentro dos rios, seus níveis já estavam baixos e prosseguimos até chegarmos ao poço no fim da trilha. Apesar do Sol não aparecer, não foi empecilho para que entrássemos no poço e na cachoeira, um nível acima. Na volta visitamos o museu do parque, carimbamos o passaporte e voltamos para a capital.

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19 – Trilha do Mirante (28/03/2010) – 2,1 km

               Nesta trilha tive a companhia do Eddy. Fomos de bike.
            Acordei no meio da madrugada e pedalei os quase 30 km até próximo o Terminal Varginha onde o Eddy estaria me esperando para continuarmos nossa pedalada por mais uns 30 km de estrada asfaltada e 20 de estrada de terra. O percurso é bastante sinuoso, com muitas subidas e atoleiros, próximo ao Parque Estadual Serra do Mar – Núcleo Curucutu.
            Chegamos ao parque. O Eddy aparentava estar bem. Já eu, estava morto de cansaço, assado, com dores nas costas, em lugares que nem sabia que existia e estava quase deitando no meio da rua. Conversamos um pouco com o guia e partimos para a trilha. Chegamos ao marco divisório de municípios (São Paulo e Itanhaém), mas não conseguimos avistar o litoral, pois a névoa era muito densa. Fomos até uma cascata com algumas bicas e tomamos banho, mesmo com o tempo fechado e de vez em quando garoando. Comemos bastante goiabada para termos energia para a volta e após terminarmos a trilha, carimbamos o passaporte, descansamos bastante e voltamos para a pedalada. Porém um imprevisto aconteceu. Durante uma descida numa estrada de terra, o guidão da bike do Eddy quebrou e por sorte ele não caiu, pois estava em velocidade. Ele só conseguiu parar a bike depois que a descida terminou e começava uma nova subida, fazendo-a perder a velocidade. A partir daí pedalei mais um trecho, mas resolvi também empurrar a minha bike já que o Eddy também empurrava a dele, pois estava sem possibilidade de voltar a pedalar por causa do defeito.
            O Eddy tentou ligar para um amigo vir nos buscar de carro, mas na região não tinha sinal de celular. Então andamos mais de 10 km empurrando nossas bike até que chegamos à área urbana, já na estrada asfaltada e que foi possível usar o celular. Quando o nosso socorro chegou já havíamos caminhado mais uns 8 km, só que o amigo do Eddy foi com o carro quase cheio, mas couberam todos. Prendemos nossas bikes no suporte externo do carro e voltávamos pela Estrada do Embu-Guaçú quando começou a chover forte. Depois de um tempo a chuva parou e a rapaziada teve a gentileza de me deixar a 2 km de casa, que continuei pedalando. Voltei a fazer trilha 1 mês depois...

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20 – Trilha Divisor das Águas (08/05/2010) – 14 km

              Desta vez a viagem foi de microônibus. A primeira viagem fretada que participo com o grupo Rumo a Trilha.
            Saímos de São Paulo por volta da meia noite e fomos para o Parque Estadual Intervales. Viajamos a madrugada toda e, ao chegar, ficamos por um tempo esperando a chegada dos guias. Pegamos o capacete de proteção, para quando entrássemos nas grutas e começamos a caminhada logo cedo por uma estrada de terra até que entramos na trilha. Visitamos a Gruta do Fogo, tendo que descer por uma aresta com o auxílio de uma corda e passando praticamente rastejando por alguns túneis. Voltando para a trilha seguimos até a Gruta da Santa, que é protegida por bastante vegetação e pela escultura de N. Sra. de Lourdes – protetora das cavernas. Na saída desta gruta, seguimos por uma trilha sinuosa até chegarmos num dos maiores atrativos de todas as trilhas do passaporte (pelo menos para mim): a Gruta do Fendão. A diversão dessa gruta é que o visitante tem que percorrê-la por dentro de um rio, praticamente em todo o seu trajeto. Essa gruta é subterrânea e para adentrá-la tivemos que descer com o auxílio de uma corda e segurando nas laterais da passagem rochosa. Ao chegar ao leito do rio seguimos contra a corrente fluvial, onde tivemos que escalaminhar algumas pequenas cascatas, nos espremer por algumas fendas e seguir por longos corredores até chegarmos numa saída, no lado oposto do da entrada, precisando escalaminhar por uma encosta até que saímos novamente na trilha, na superfície. Ao chegarmos na estrada de terra começou a cair uma forte chuva, que nos acompanhou até chegarmos na pousada do parque e descansamos para enfrentarmos a trilha do dia seguinte.

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21 – Trilha do Mirante da Anta (09/05/2010) – 4,2 km

            Levantamos cedo, tomamos um excelente café da manhã e partimos para a trilha. Essa trilha é praticamente subir um morro, avistar a paisagem e voltar. Como, no dia, a neblina era forte, não pudemos ter uma boa vista lá do alto, porém, a trilha é ladeada por uma mata muito bela e a experiência da visitação foi bacana.
      Na volta carimbamos nossos passaportes nos campos referente as trilhas dos dois dias, almoçamos, entramos no microônibus e voltamos para São Paulo felizes com o aprendizados que tivemos e agraciados com o início de novas amizades.

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22 – Trilha das Cachoeiras (16/05/2010) – 14,4 km

     Nesta viagem fui com a Lourdes e Milena, partindo da Rodoviária do Tietê para a cidade de Guaratinguetá e encontramos com uma turma bastante divertida que vinha do Rio de Janeiro em duas vans. De lá seguimos para o Parque Estadual Serra do Mar – Núcleo Cunha.
       Através dos guias do parque tivemos uma explicação sobre a região e sobre as trilhas. Seguimos então, com o grupo bem espalhado, para as cachoeiras. O percurso é quase todo em estrada de terra, com uma pequena trilha que dá acesso às cachoeiras. São várias quedas, uma seguida da outra, separadas apenas por poços de águas de cor esmeralda. Ficamos por um bom tempo vislumbrando as cachoeiras – os mais corajosos entrando em suas gélidas águas. Com o grupo ainda espalhado, retornamos aos poucos para a sede do parque.

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23 – Trilha do Rio Paraibuna (16/05/2010) – 1,7 km

            Fui um dos poucos que conseguiram fazer essa trilha após ter feito a Trilha das Cachoeiras. A trilha ficou bem silenciosa depois que me afastei do Rio Paraibuna. Passei por algumas bicas, experimentei a água e segui até sair novamente na sede do parque. Solicitei o carimbo referente as duas trilhas, esperei o restante do grupo e voltamos para Guaratinguetá.  De lá compramos nossas passagens de volta para São Paulo.

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24 – Trilha da Praia Brava da Almada (03/06/2010) – 4,2 km

                MEGA ROTEIRO!!!
            As próximas 4 trilhas (Praia Brava da Almada, Baepi, Cachoeira do Gato e Água Branca) fizemos numa tacada só... Os aventureiros: eu, Florivaldo, Jay, Fernando e Juninho.
            Encontramos-nos na Rodoviária do Tietê, com nossas mochilas cargueiras com suprimentos para três dias e seguimos para Ubatuba para encontramos com o último membro da expedição, o Fernando. De lá partimos para o Parque Estadual Serra do Mar – Núcleo Picinguaba.
            Como a trilha é monitorada, esperamos o guia chegar e após isso seguimos para a Praia da Fazenda. Depois de andar no trecho de praia, seguimos por uma trilha, quase na beirada do costão rochoso, saindo na Praia Brava da Almada. Ficamos por um tempo e voltamos para a sede do núcleo, pois tínhamos que pegar um ônibus para Caraguatatuba e depois outro para São Sebastião. Se perdêssemos o primeiro ônibus, poderíamos pegar outro somente horas depois. Quando chegamos à Praia da Fazenda tivemos que correr até chegar na administração do parque. Pegamos nossas mochilas cargueiras e voltamos a correr, por quase um quilômetro, até chegarmos ao ponto de ônibus, para não perdê-lo. Pouco tempo depois, embarcamos para Caraguatatuba. De lá para São Sebastião, onde subimos na balsa que nos levaria até a Ilha Bela.

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25 – Trilha do Baepi (04/06/2010) – 7,4 km

            Já era fim de tarde quando começamos a subir a Trilha do Baepi. Quando descemos da balsa caminhamos por uns 3 km até que chegamos a uma subida pavimentada tão íngreme, mas tão íngreme que, encostaríamos nossas testas no chão se inclinássemos um pouco mais para frente...
            Ainda estávamos na parte descampada quando a noite já caía sobre nossas cabeças. Ficamos avaliando onde montar nossas barracas e após alguma ponderação seguimos para a mata fechada e montamos nossas barracas do lado de um rochedo. Ventava muito e tínhamos dificuldade em encontrar um lugar ideal para montar nossas barracas. Tomada a decisão, preparamos algo quente para comer e avaliamos de forma breve sobre o dia que tivemos. Derrepente algumas luzes apareciam dentro da mata (não era vaga-lume) daí soltamos a imaginação sobre o que poderia ser... Entramos em nossas barracas para o descanso merecido, porém com sem conforto algum. Lembro-me que durante a madrugada choveu, ventou e alguns animais passaram ao lado de nossas barracas Assim a madrugada chegou bem tranquilamente até que ouvi um grito de desespero. Algum animal encostou-se na barraca de um dos integrantes do grupo e até descobrirmos o motivo do grito a tensão era grande. Passado o susto voltamos a dormir e acordamos com a claridade do dia.
            Estávamos doloridos por termos dormido em terreno inclinado, pois não encontramos um terreno nivelado. Levantamos, preparamos o café da manhã e depois de tomá-lo desmontamos as barracas, acoplamo-las às mochilas e seguimos a trilha para o alto do Baepi. Conforme a inclinação do terreno aumentava, a dificuldade também era maior, devido ao peso das mochilas. Resolvemos escondê-las no mato, memorizamos o local e subimos praticamente sem bagagem até o topo. O trecho mais difícil estava próximo do topo, quando tivemos que subir rastejando pela vegetação, numa encosta bastante íngreme. Vencido o desafio, que de mochila cargueira seria impossível, chegamos ao fim da trilha. Desse ponto começou o pequeno trecho de escalaminhada, até que somente o céu estava acima de nós. Ficamos por um bom tempo contemplando o arquipélago de Ilha Bela e iniciamos a descida. Localizamos nossas mochilas e continuamos a descer até que saímos da trilha e entramos na rua pavimentada.
Nossa água estava escassa e a que tinha já estava quente, pois fazia um calor desgraçado. Logo no começo da rua pavimentada tem uma caixa d’água da SABESP onde enchemos nossas garrafas. Enfrentamos a descida íngreme já com as pernas bambas de cansaço, até que chegamos rente à praia. Caminhamos por alguns quilômetros até que encontramos um restaurante caseiro onde gordiamos uma feijoada. Após almoçar deitamos no chão, mortos de cansaço e depois seguimos por algumas ruas até que entramos na Estrada de Castelhanos, onde faríamos uma peregrinação nível Odin...

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26 – Trilha da Cachoeira do Gato (05/06/2010) – 4 km

            O plano a seguir seria percorrer por aproximadamente 19 km, na Estrada de Castelhanos até a praia, de mesmo nome, do lado leste da ilha. Quando passamos por um portal com uma guarita e casamata, administrada pelo Parque Estadual de Ilhabela, informamos nosso objetivo e no mesmo momento um grupo de jipeiros que voltava de Castelhanos duvidou do nosso plano. Frases como “vocês nunca vão chegar”, “vocês são doidos” e “vocês não chegaram hoje lá” permeavam na boca dos jipeiros. Já começava a escurecer quando despedimos-nos dos transeuntes e seguimos rumo ao leste da ilha.
            Mesmo cansados e cambaleantes, seguimos pela estrada de terra morro acima. O percurso basicamente é transpor um morro (9,5 km de subida e 9,5 km de descida). Durante a subida, depois de uma cascata a beira da estrada, um motoqueiro apareceu, no sentido contrário, e ficou surpreso com nossa empreitada. Disse que iria até o centro urbano de Ilha Bela buscar suprimentos e que voltaria pra Castelhanos. Antes de partir, nos indicou um camping e desejou boa sorte. Continuamos a caminhada e logo começou a chover forte. Estávamos exaustos, famintos, molhados, pesados, sujos até o pescoço por causa da lama e a subida sinuosa não acabada. Quando pensávamos que estávamos no alto do morro, aparecia logo a frente uma outra subida. Quando começamos a descer as pilhas das lanternas começaram a acabar, já andávamos em “S”, a chuva não parava, o barro aumentava de forma desproporcional. A estrada estava tão ruim que, em alguns trechos, a diferença de altura entre a estrada e as laterais era de aproximadamente dois metros. Depois de um tempo fomos ultrapassados pelo motoqueiro que voltava do centro urbano e que nos informou que no camping tinha chuveiro com banho quente. Isso foi a motivação que esperávamos. Com um ânimo maior e somente com duas lanternas funcionando seguimos pela estrada até chegarmos a uma grande piscina, no meio da estrada, com o barro decantado. Tivemos que atravessá-lo com a água chegando aos joelhos, pois não tinha outro caminho para passarmos. Chegando ao outro lado ainda deparamo-nos com mais duas piscinas e comprimento e profundidade maiores. Vencido os obstáculos, chegamos ao trecho final, com o piso mesclando barro e areia até que chegamos à praia. Chegamos antes da meia-noite...
            Seguindo a informação do motoqueiro seguimos um pouco pela areia da praia e chegamos ao camping. O dono do empreendimento, um caiçara e seus dois amigos, já nos esperavam, pois o motoqueiro havia avisado sobre nossa chegada. A chuva havia passado, mas ameaçava voltar. Pagamos a taxa, montamos as barracas, tomamos banho quente (água aquecida a gás) e começamos a planejar nossa janta, a base de macarrão e miojo. Os caiçaras convidaram-nos para compartilharmos nossos macarrões, pois eles também faziam um caldeirão de macarronada numa cozinha rudimentar. Resolvemos misturar todos os macarrões com todos os temperos para ver no que ia dar. Os caiçaras ainda adicionaram cebola picada e uma carne que não me lembro mais o que era. Talvez peixe, talvez salsicha. Resultado: foi a melhor macarronada que comi em toda a minha humilde existência!!! Depois do banquete fomos para nossas barracas e dormimos até ser acordado pelo barulho do vento, do mar e da chuva. Lembro que a lona que coloquei em cima da minha barraca, para uma proteção maior contra a chuva e que havia prendido com algumas pedras, escapou e o vento começou a arrastá-la pra longe da barraca. Nem me dei ao trabalho de levantar para buscá-lo, de tão cansado que estava. Só percebi a lona voltando pra cima da minha barraca e ser presa novamente com mais pedras. Um de meus colegas teve a proeza de fazer isso por mim. Graças a Deus, senão, até hoje nem teria ido atrás dessa lona...
            Amanheceu com o tempo nublado, porém não chovia. Eu e o Florivaldo fomos os primeiros a fazer a Trilha da Cachoeira do Gato. O restante do grupo continuou dormindo. Chegamos ao começo da trilha e logo depois da ponte de madeira perdemos a trilha e facilmente encontramos o rumo até que chegamos à cachoeira. Não conseguimos entrar embaixo dela, pois o piso estava demasiadamente escorregadio e resolvemos não arriscar. Depois de um tempo voltamos ao camping e o Jay, Fernando e Juninho foram para a trilha enquanto cuidávamos das barracas. Alguns turistas começavam a chegar à praia, trazidos pelos vários jipes que vinham do outro lado da ilha. Quando o trio voltou da trilha, desmontamos as barracas e pedimos um almoço na cozinha do camping. Arroz, feijão, peixe e salada – almoço de bom tamanho pelo o pouco que havíamos comido e pelo o desgaste que tivemos em todo o roteiro. Depois de comer a sorte bateu à nossa porta. Estávamos cansados demais para voltar nesse dia a pé até a balsa. Não poderíamos voltar de jipe, pois os que chegavam do oeste da ilha, vinham cheios de turistas e voltavam com os mesmos, ao final da tarde. Um jipe que estava quebrado, desde o dia anterior em Castelhanos, esperava por uma peça sobressalente. Peça essa que havia vindo do outro lado da ilha, logo pela manhã, e o jipe voltaria somente com o motorista para o oeste da ilha. Negociamos um valor pro jipeiro nos transportar de volta para a civilização. Combinamos o horário e fomos aproveitar um pouco da praia. Na hora combinada embarcamos no jipe e voltamos no off-road até perto da guarita da estrada, já do lado ocidental da ilha. Não seguimos até a balsa, pois para três de nós (eu, Juninho e Fernando) tínhamos que fazer a Trilha da Água Branca (o Florivaldo e o Jay já haviam feito essa trilha meses atrás).

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27 – Trilha da Água Branca (05/06/2010) – 4,4 km

            A volta de Castelhanos foi bastante divertida com os sacolejos do jipe. Em diversos trechos houve atolamentos, onde o jipeiro, com ajuda de uma picareta, calçava os pneus do veículo com a terra que ele cavava da estrada. Vencido os obstáculos chegamos pela parte final da Trilha da Água Branca, onde tivemos apenas que descer até chegarmos à portaria da administração. Já estava quase escuro e não pude aproveitar os poços e a cachoeira existente na trilha. Numa próxima visita à Ilha Bela dedicarei um bom tempo nessa trilha. Saindo da trilha, já estava totalmente escuro e solicitei os carimbos referentes às três trilhas de Ilha Bela. Com o passaporte carimbado, voltamos para a estrada e caminhamos uns 5 km até chegarmos à balsa. Sem pudor, troquei de roupa dentro da balsa e seguimos até a rodoviária de São Sebastião. Como o horário para São Paulo iria demorar muito, pegamos um ônibus para São José dos Campos e de lá para a Rodoviária do Tietê.
            Lembro de ter dormido mais de 12 horas seguidas quando cheguei em casa. Lição que tive desse mega roteiro: não fazê-lo nunca mais. Não dessa forma...

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28 – Trilha da Represa/Fornos (12/06/2010) – 4 km

            Novamente em sistema de carona, com divisão de custos, fomos somente com um carro (eu, Florivaldo, Mirtes e Lourdes) para o Parque Estadual Carlos Botelho fazer as duas trilhas do passaporte, contidas nesse parque. Chegando ao parque, após um bate-papo com os monitores, seguimos para a trilha. Garoava um pouco, mas foi possível fazer a trilha tranquilamente. Passamos pelos antigos três fornos de carvão até que chegamos à represa. Carimbamos nossos passaportes e seguimos pela estrada parque para o Núcleo Sete Barras, também no Parque Estadual Carlos Botelho, a aproximadamente 10 km da sede onde fizemos a trilha da Represa/Fornos.

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29 – Trilha da Figueira (12/06/2010) – 2 km

            Encontramos com o guia na portaria do Núcleo Sete Barras e fizemos a pequena trilha até a figueira de aproximadamente mil anos. De volta à administração, fizemos um lanche reforçado e ouvindo o canto dos saíras-sete-cores. Seguimos para a cidade de Registro para pernoitarmos e no dia seguinte fazer a próxima trilha.

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30 – Trilha da Brejaúva e Palmáceas (13/06/2010) – 2,1 km

            Depois de uma longa viagem chegamos ao Parque Estadual da Campina do Encantado, em Pariquera-Açu. Após um tempo no núcleo de educação ambiental do parque seguimos para as duas trilhas. Apesar da informação no passaporte indicar uma trilha, na verdade são duas: a Trilha da Brejaúva e a Trilha das Palmáceas. Apesar de curtas, ambas as trilhas são de beleza singular. Visitamos também a pequena estação meteorológica, carimbamos nosso passaporte e voltamos para São Paulo.

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31 – Trilha das Piscinas da Lage (19/06/2010) – 25 km

            Esta é a trilha mais longa de todo o passaporte. Estávamos em cinco pessoas. Saímos de São Paulo, da Rodoviária do Tietê, na noite anterior e desembarcamos em Registro. De lá pegamos um taxi, fomos até Cananéia e pernoitamos por lá até o horário da saída da lancha que alugamos.
            Do ponto de encontro seguimos pelo mar, por mais de uma hora, até que chegamos ao Núcleo Marujá, do Parque Estadual da Ilha do Cardoso. Durante o percurso pelo mar tivemos a companhia de vários golfinhos que brincavam a poucos metros da embarcação. Aguardamos o guia local, que nos conduziria pela trilha, e seguimos pela areia da Praia do Marujá, por vários quilômetros até chegarmos ao costão rochoso. Levamos aproximadamente 1 hora para atravessá-lo e continuamos caminhando pela areia da Praia da Lage, até que chegamos numa trilha ladeada por uma densa vegetação. Percorremos por uns 3 km, ora na trilha, ora atravessando rio, ora escalaminhando nas pedras que estavam no caminho e chegamos aos três poços de águas cristalinas – as Piscinas da Lage. Depois de algumas horas, voltamos pelo mesmo caminho em direção a hospedagem do Núcleo Marujá. Depois de passarmos pelo costão rochoso pudemos contemplar o maravilhoso arrebol desta ilha paradisíaca. Carimbamos o passaporte, jantamos como deuses e fomos descansar para a trilha do dia seguinte, na mesma ilha.

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32 – Trilha do Poço das Antas (20/06/2010) – 7 km

            Logo cedo seguimos de lancha para o Núcleo Perequê, do Parque Estadual da Ilha do Cardoso, na ponta oposta da ilha. Pelo caminho pudemos observar os sambaquis empilhados em algumas ilhotas. A viagem levou em torno de 1 hora e ao chegarmos, seguimos pela trilha juntamente com o guia do núcleo. Passamos por alguns trechos de atoleiros e seguimos até chegarmos ao Poço das Antas. Retornando ao ponto inicial, no Núcleo Perequê, paramos para fotografar alguns golfinhos que, despreocupadamente, brincavam próximos a beira do mar. Após carimbarmos o passaporte voltamos para o continente, almoçamos e pegamos um ônibus para São Paulo.

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33 – Trilha do Betari (28/08/2010) – 7,2 km

            Estava há mais de dois meses sem fazer nenhuma trilha do passaporte, quando surgiu mais uma viagem do grupo Rumo a Trilha. Juntamente com um grande grupo, seguimos de ônibus fretado para os municípios de Apiaí e Iporanga, no PETAR. Após viajar a madrugada toda, chegamos à pousada, onde ficaríamos o fim de semana. Ansiosos, pegamos o capacete de proteção para as cavernas e seguimos para a trilha com os guias locais. Passamos em frente ao acesso da famosa Caverna de Santana, mas seguimos direto pela trilha. Não pudemos visitar a Caverna da Água Suja, pois estava com risco de desmoronamento e de inundação. Entramos na Caverna Cafezal, depois voltamos para a trilha e quase tropeçamos numa enorme cobra caninana. Atravessamos o Rio Betarizinho e Passa Vinte e continuamos a trilha até que chegamos às surreais Cachoeiras das Andorinhas e Betarizinho. Ficamos por um bom tempo nadando nos poços e tomando banho embaixo das cachoeiras e voltamos pela mesma trilha. Passamos ainda pelas Cavernas do Couto e do Morro Preto, carimbamos nossos passaportes na portaria do parque e voltamos para a pousada.
            No dia seguinte visitamos a Caverna Alambari de Baixo, fizemos boia-cross no Rio Betari e voltamos para casa, felizes pelo fim de semana maravilhoso.

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34 – Trilha do Itinguçú (18/09/2010) – 1 km

            Esse foi o segundo tento que fiz para realizar essa trilha. Na primeira vez deu errado. Saí de São Paulo para Peruíbe e de lá esperei pelo ônibus que vai até a portaria do parque, porém, nesse dia os ônibus não estavam fazendo o percurso até o parque pelas condições precárias da estrada de terra (havia chovido a semana toda). Voltei para casa frustrado.
            Na segunda tentativa fui de carro com uma colega, daí foi possível realizar a trilha com sucesso. Mal começamos e já chegávamos ao fim da trilha. Ficamos por um tempo observando a Cachoeira do Paraíso, tiramos algumas fotos, lanchamos e voltamos para a portaria, onde solicitamos o carimbo. Na volta ainda aproveitamos o dia na praia e retornamos ao final do dia para São Paulo.

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35 – Trilha do Morro do Diabo (23/10/2010) – 2,5 km

            Novamente com o grupo Rumo a Trilha, realizamos a viagem mais distante do passaporte. Embarcamos no ônibus fretado e seguimos para o município de Teodoro Sampaio, no sudoeste do Estado de São Paulo. Chegando à cidade, encontramos com a guia e partimos para o Parque Estadual do Morro do Diabo, indo direto para a trilha. Todos com perneiras, como proteção contra animais peçonhentos, subimos o morro em pouco tempo e tivemos que tomar muito cuidado para não sermos picados por uma das inúmeras cobras encontradas na trilha. Chegamos aos três mirantes, no alto do morro, e após muitas fotos e contemplação, iniciamos a descida.
            Entramos no ônibus e seguimos para a sede do parque onde carimbamos o passaporte, almoçamos e ficamos brincando com a Bruna – uma Arara-Canindé. No fim da tarde fizemos a Trilha do Lago Verde e voltamos para a pousada. Durante a noite foi possível observar alguns animais de grande porte. Alguém do grupo disse ter visto uma onça e a maioria saiu da pousada com as câmeras fotográficas em mãos para registrar o momento único, porém só era possível ver os olhos do animal brilhando na escuridão da noite. Mais tarde alguém conseguiu uma foto que deu para identificar o animal, um cervo...
            Na manhã seguinte o grupo partiu para o município de Assis para realizar mais uma trilha.

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36 – Trilha do Lago (24/10/2010) – 1,8 km

        Essa foi a trilha mais imbecil que eu já fiz.
       Uma pequena volta no bosque, passando por uma floresta de Pinus, um forno de fabricação de carvão e pela Represa do Barro Preto. Até o playground foi mais interessante que a trilha. Valeu mais pelo carimbo no passaporte. Não compensa fazer uma longa viagem só para fazer esta trilha. Tem que aproveitar a viagem para Teodoro Sampaio, daí há algum sentido em passar tanto tempo na estrada (para quem sai, por exemplo, de São Paulo).
Em menos de 90 minutos estávamos na rodovia voltando para São Paulo...

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37 – Trilha do Corisco (01/11/2010) – 20 km

            Essa trilha eu curti muito. É trilha para quem não tem medo ou preguiça de andar dentro do mato. São 20 km em mata fechada. De todas as trilhas do passaporte é a única que temos que sair dos limites do Estado de São Paulo (Rio de Janeiro). Com um grupo reduzido saímos da Rodoviária do Tietê, rumo a Paraty. Chegando lá pegamos um ônibus coletivo e descemos próximo ao começo da trilha. Os guias chegaram em uma picape da SMA e inicialmente tentaram nos convencer a desistir da trilha. O motivo é que a trilha não era transitada a muito tempo e a mesma estava fechada. Havia chovido também durante a semana e eles alertaram que poderíamos sofrer com uma possível chuva e enxurradas dentro da selva. Insistimos na idéia de que os problemas relatados não seria empecilho para completarmos o desafio, porém, mesmo assim eles afirmaram temer pela nossa segurança. Um dos integrantes do grupo, o Álvaro, que conseguiu convencer e tranquilizar os guias, quanto aos perrengues que nosso grupo estava acostumado a passar. E se algo acontecesse, estaríamos protegidos por Cristo – o nome do líder dos guias... Somos eternamente gratos a você, Álvaro!
            Colocamos nossas perneiras e iniciamos a trilha numa subida bastante inclinada, no trecho do Parque Nacional da Serra da Bocaina, até que chegamos ao marco divisório de RJ/SP, a partir daí a Unidade de Conservação faz parte do Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Picinguaba. Andamos o dia todo, tivemos que atravessar alguns riachos, em alguns trechos o guia pedia para o grupo esperar para que ele pudesse encontrar a direção correta, até que saímos em alguns poços para banho, a 3 km do fim da trilha. Somente três pessoas entraram nos poços (eu fui uma delas). Continuamos pela trilha, atravessamos uma ponte e chegamos a um antigo engenho de álcool e açúcar que é utilizado pela comunidade caiçara da região. Este é o fim da trilha. Uma picape esperava por nós, subimos na parte aberta do veículo e fomos para a administração do parque, embaixo de uma fina garoa. Carimbamos nossos passaportes e seguimos para a pousada do parque. Tivemos autorização para usarmos a churrasqueira para fazermos nossa janta. Conseguimos comprar carne e “refrigerante” e tivemos uma refeição a altura da fome que sentíamos. No dia seguinte voltamos para casa.
                                            
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38 – Trilha do Pirapitinga (05/11/2010) – 5,7 km

            Para essa trilha, saí sozinho de São Paulo na noite anterior. Parti da Rodoviária do Tietê para Taubaté. Cheguei à rodoviária de Taubaté às 00:30 horas. Fui preparado para “dormir na rua”. Estava com a grana curta e resolvi não me hospedar em lugar nenhum. Lembrei do dia em que fui pra Porto Ferreira... Fazia frio. Estava sozinho, lendo um jornal nas cadeiras da rodoviária de Taubaté (o ambiente fica iluminado a madrugada inteira), quando notei dois indivíduos maltrapilhos vindo em minha direção. Logo pensei: “é agora que voltarei a pé pra casa, apenas de meias e cueca”. Um dos indivíduos disse: “iaê”. Respondi: “o quê”. Daí ele falou: “sabe o que é? Nós estamos com um carrinho de sopa ali do outro lado e gostaríamos de te convidar para tomar um pouco conosco”. Comecei a rir incontrolavelmente. Eles entreolharam-se sem entender nada e apenas agradeci pelo convite. Eles perceberam que eu não era morador de rua e disseram que se eu mudasse de idéia, saberia onde poderia encontrá-los. Consegui dormir um pouco. Acordava quando sentia a presença de outras pessoas por perto, até que amanheceu.
            Ao lado da rodoviária, algumas pessoas fazem lotação com seus veículos e seguem pela Rodovia Oswaldo Cruz até o litoral. Peguei um desses carros e em 1 hora cheguei ao Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Santa Virgínia. Como a trilha é monitorada, um guia me acompanhou durante todo o percurso. Passamos por vários poços e cachoeiras até que cheguei no Mirante em que dava para avistar boa parte do parque e do Rio Paraibuna. De volta a administração do parque, carimbei meu passaporte, fui pra rodovia e consegui embarcar num ônibus para Taubaté e de planejava ir direto para Cunha para fazer a trilha faltante daquele parque.
           
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39 – Trilha do Rio Bonito (07/11/2010) – 7,6 km

            Não tem transporte público até a sede do Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Cunha. O máximo que conseguiria ir era até a entrada de terra, a beira da rodovia, tendo que caminhar por 20 km até o parque. Como havia reservado uma pousada, consegui uma pessoa lá de Cunha, que me levaria até o parque em seu fusca. Estava em Taubaté, pois tinha voltado da Trilha do Pirapitinga e liguei para o dono do fusca. Ele disse que o carro tinha quebrado. Meu plano foi por água abaixo... Saí da fila onde compraria uma passagem para Guaratinguetá e de lá para Cunha e entrei na fila para comprar a passagem de volta para São Paulo. Foi aí que o Carlos, meu parceiro de trilhas, me ligou. Como havia postado no orkut sobre os meus planos de ir para Cunha, ele viu a postagem e ligou para mim dizendo que também estaria indo para Cunha para fazer as 3 trilhas do parque. Contei sobre o imprevisto que tive e ele avisou que iria de carro com sua esposa para Cunha no dia seguinte. Mudei de fila novamente. Em vez de voltar para casa, fui para Guaratinguetá e depois para Cunha. Hospedei-me e no dia seguinte, eles me encontraram na entrada da cidade.
            Seguimos pela estrada de terra até que chegamos ao parque. Nesse dia eles fariam a Trilha das Cachoeiras e a do Rio Paraibuna e somente no dia seguinte fariam a do Rio Bonito. Aceitei prontamente acompanhá-los nas 3 trilhas do parque. Tive a oportunidade de voltar nas belas cachoeiras da primeira trilha e na bela trilha silenciosa e no dia seguinte fizemos a Trilha do Rio Bonito. A trilha é coberta com bastante serrapilheira e em alguns lugares tivemos que atravessar o rio por cima das pedras. Paramos em alguns poços para banho e no meio da tarde terminávamos a trilha. Carimbamos nossos passaportes e voltamos para casa. Para mim restava apenas 1 carimbo e obtive-o no roteiro mais divertido de todos. 

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40 – Rafting no Rio Paraibuna (11/12/2010) – 8,5 km

            Finalmente chegou o dia em que terminaria o desafio das 40 trilhas. Ninguém havia terminado todas as trilhas do passaporte desde sua criação. Além de mim, o Florivaldo e a Mirtes também concluíam as trilhas do passaporte, justamente com o rafting no Rio Paraibuna. Este foi um evento criado pela Secretaria do Meio Ambiente e operacionalizado pela Cia. de Rafting e pelo PE da Serra do Mar – Núcleo Santa Virgínia. Tivemos também a companhia do Jay e da Zenaide, nossos colegas de trilhas e do pessoal de diversos departamentos da SMA.
            Pegamos o equipamento de segurança (capacete e coletes salva-vidas) e após o briefing inicial os grupos foram divididos, 6 pessoas por bote. No que eu fui foram: eu e o Florivaldo na parte dianteira, Jay e Zenaide no meio e a Mirtes e o dono da Cia. de Rafting no fundo. Empurramos nosso bote por uma ravina e após embarcamos, começamos a navegar pelo rio.
            Descemos pelas Cachoeiras do Saltinho e do Salto Grande, andamos por uns 300 metros por uma trilha e descemos pela Cachoeira do Caixão e fizemos uma parada para o lanche. Seguimos pelo rio e em alguns trechos pudemos parar para nadar. Nas Corredeiras da Gamela o bote bateu numa pedra e no tranco jogou o Florivaldo e a Zenaide embaixo na água e embaixo do bote. Rapidamente os resgatamos e continuamos pelas águas plácidas do Rio Paraibuna até, muitos quilômetros depois chegarmos ao final de nossa rota.
            Carregamos os botes até um caminhão que esperava pelo grupo e entramos no ônibus que também nos aguardava. Voltamos para a sede do parque, tomamos um banho quente e nos preparamos para o cerimonial que começaria em poucos minutos.

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            Com o grupo todo reunido, tivemos (eu, Florivaldo e Mirtes) o nosso passaporte registrado com 40º carimbo, encerrando nosso ciclo nesse programa. Recebemos todos os brindes previstos e tivemos um momento de descontração onde pudemos dar nossas opiniões sobre o projeto. Após a cerimônia voltamos para São Paulo felizes com a empreitada cumprida com sucesso!!!
            Alguns textos e fotos sobre os primeiros (nós rsrs) a terminarem o passaporte nos sites abaixo:
  
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Até a próxima!!!