O Lago del Desierto é um lago a 37 km do centro de El Chaltén. Como estava há 10 dias fazendo mochilão pela patagônia e ainda não havia passado pela experiência de viajar por meio de caronas, resolvi ir e voltar do lago dessa forma. Sabia que havia a possibilidade de não conseguir carona, mas já estava fisicamente e psicologicamente preparado para andar bastante.
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Com lanche, bastante liquido e máquina fotográfica na mochila, comecei a caminhada desde o centro de El Chaltén. Terminei a parte asfaltada e iniciei a parte de estrada de terra e cascalho. A partir deste ponto até o lago são 37 km.
Caminhei os 3 primeiros quilômetros e encontrei as placas do início da trilha do Chorrillo del Salto. Entrando nessa trilha, ao lado da estrada, em poucos minutos chegaria ao atrativo.
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Entrei na trilha e rapidamente cheguei à cachoeira. Ela é formada pela vazão da Laguna Madre que, por sua vez, é abastecida por algumas nascentes e pelo derretimento do gelo e neve das montanhas.
Fiquei por pouco tempo e subi por uma trilha bem íngreme, que vai até a parte superior do Chorrillo del Salto e que da pra avistar a cidade. Mais adiante tem uma outra cachoeira, menor que a anterior, mas também muito bonita. Fiquei também lá no alto por pouco tempo e então desci e voltei para a estrada.
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Os três primeiros quilômetros fui caminhando e torcendo para que viesse algum veículo. Dei sinal para o primeiro veículo. O motorista disse que só faria o retorno a uns metros à frente e voltaria para a cidade. Mentira dele, estaria esperando-o até agora. Ele foi-se embora...
Dei sinal para o segundo veículo. Ele parou e aceitaram meu pedido de carona. Era um casal que vinha de Ushuaia que estava viajando de carro pela Argentina. Depois de 2 km, eles subitamente desistiram da viagem e disseram que iriam voltar para a cidade. Desci, agradeci pelos 2 km de carona e continuei minha jornada.
Alguns minutos depois passou outro carro. Dei sinal. Era um casal de idosos também argentinos. O motorista perguntou meu destino. Disse que estava indo para o Lago del Desierto. Ele pediu para eu entrar no veículo, pois eles também estavam indo pra lá. Ufa! A viagem da ida já estava garantida!!! Durante o percurso passamos pela Laguna Condór, ladeada por pitorescas formações rochosas. Paramos no Salto del Anillo, uma linda cachoeira à beira da estrada. Depois de quase 1 hora chegamos ao destino. Agradeci pela carona, me despedi e fui para a trilha ao entorno do lago.
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O Lado del Desierto é de beleza indescritível. Com suas águas plácidas e rodeada por montanhas com matas, neve e geleiras. Fiquei por horas contemplando a beleza do lugar.
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Há a possibilidade de se navegar por todo o lago, mas optei ficar somente na parte terrestre.
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Uma combinação visual perfeita da mata com lago imenso.
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No meio da tarde, resolvi voltar para a pousada no centro da cidade. Só que desta vez planejei não pedir carona. Se alguém, de livre e espontânea vontade, quisesse me dar carona, eu aceitaria. Meu objetivo então era fotografar as cascatas, rios, vegetação, montanhas, geleiras e animais que encontrasse pelo caminho. Improvisei um cajado e comecei minha jornada.
Nos três primeiros quilômetros do retorno a cidade encontrei várias cascatas e corredeiras.
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Seguindo o caminho, sempre ladeado por um rio, montanhas e muita vegetação, fui registrando as belezas naturais.
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Passando por inúmeras pontes, propriedades aparentemente vazias e um importante marco histórico argentino.
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Cheguei então à Laguna Condór, ainda com muita disposição para andar.
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Andando de costas para o Sol, sentia o frio no lado oposto. Passei pelo camping Ricanor e pela Hostelaria Pilar, onde muitos gostam de começar a trilha sentido ao Fitz Roy.
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Andando e fotografando, já havia percorrido os primeiros 20 quilômetros da volta. De repente, passou uma caminhonete com um grande cachorro pastor alemão na caçamba e que não parava de latir. O motorista, um senhor idoso, vinha sozinho. Parou a caminhonete e me ofereceu carona. Disse que iria até a propriedade dele há 3 km de distância de onde estávamos. Aceitei de bom grado a carona. Ele disse para eu subir na caçamba. Daí perguntei: "E o cachorro, ele morde?" Ele respondeu: "Que nada, ele só faz barulho!" Confiei na palavra do homem e subi na caçamba. Mal tinha subido e o motorista já dava a partida no veículo. O cachorro se aproximou de mim latindo e então confirmou-se a palavra do motorista. Nenhum mal me ocorreu. A caminhonete ia em alta velocidade. Em alguns momentos achei que iria cair da caçamba. Chegando à propriedade do motorista, desci da caminhonete, agradeci pela carona, me despedi e segui pela estrada.
O Sol já havia baixado, já começava a escurecer e ainda faltavam aproximadamente 13 km para caminhar. Comecei a sentir os primeiros sinais de cansaço. Guardei minha câmera e apertei o passo para não precisar caminhar muito após escurecer. De repente passou um Ford Escort onde iam dois rapazes na maior animação. O motorista parou o carro e perguntou se estava indo para El Chaltén. Respondi que sim. Ele pediu que eu entrasse no carro, pois eles também estavam indo para lá. Deixei meu fiel cajado à beira da estrada e entrei no carro. Durante o restante do caminho conversamos bastante. Muito gente boa os caras. Finalmente, junto com a noite, chegamos a cidade. Desci do carro, me despedi e segui para a pousada.
Total êxito em minha empreitada!!!
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Havia cumprido os meus objetivos na Patagônia. No dia seguinte retornei para El Calafate e fiquei por mais um dia, pois meu voo sairia somente no dia seguinte.
Retornei para São Paulo, fazendo conexão em Buenos Aires e já sentindo saudades da Patagônia.
Agradeço imensamente ao Jay Silva pelo empréstimo de sua câmera fotográfica, pois, sem ela não teria feito um registro decente de toda minha viagem. Sou grato também a todos que torceram por mim nessa aventura, ficaram a disposição para me ajudar no que precisasse e que a todo tempo me mandavam mensagens de incentivo e de alegria.
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Região da minha viagem pela Patagônia sul:
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Lugares e atrativos maravilhosos que tive a oportunidade de conhecer:
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Até a próxima!!!
