Planejei
uma travessia a pé numa região onde, meses atrás, havia atravessado de
bicicleta. Uma estrada de terra que liga Campos do Jordão à Guaratinguetá. O plano
consistia em ir de ônibus de São Paulo até Campos do Jordão, depois pegar um
ônibus até a região do Parque Estadual de Campos do Jordão e de lá seguir a pé
até uma vila de Guaratinguetá, chamada Gomeral, onde pegaríamos um ônibus até a
rodoviária de Guaratinguetá e de lá para São Paulo. O cronograma era iniciar a
caminhada, no máximo até as 10:00 horas; chegar no Mirante do Pau Arcado, no
máximo às 11:00 horas; chegar próximo ao ponto mais alto, no máximo às 12:00
horas; a partir daí a inclinação do terreno já teria acabado e poderíamos chegar
a Pousada Santa Maria da Serra, no máximo às 13:00 horas; começaríamos a descer
e teríamos que chegar na Bifurcação 4 até às 14:00 horas. Sairíamos da estrada
para visitar a Cachoeira do Onça e depois até às 15:40 teríamos que chegar até a pousada da Dona
Ana (no final da travessia) para termos uma margem de tempo de sobra para não perdemos o
último ônibus do dia que saía aproximadamente às 16:00 horas.
Para esta
aventura convidei alguns amigos e tive as ilustres companhias da Juliana, do
Jay e do Luiz.
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Saímos
da Rodoviária do Tietê às 06:00 horas e chegamos às 09:00 horas em Campos do
Jordão. Tomamos um café na rodoviária, atravessamos a rua, pegamos o ônibus para
o Horto Florestal e descemos a menos de 1 km da entrada principal do Parque
Estadual de Campos do Jordão.
Após fazermos
alguns alongamentos iniciamos a caminhada. De trecho em trecho encontrávamos
placas da Rota Pedestre (Rota Franciscana) e do Caminho de Aparecida. Passamos por
uma minúscula vila do Parque e iniciamos a subida. Durante toda a subida
tivemos a companhia das araucárias, da vegetação baixa e do silêncio da região.
Raramente um veículo passava por nós e quando passava, levantava uma grande
nuvem de poeira a qual não demorava de baixar. A temperatura estava bastante
elevada – o que tornou a caminhada um pouco desgastante, porém mantemos sempre
um bom ritmo de caminhada e o bom humor.
Uma
hora depois estávamos no Mirante do Pau Arcado. De lá é possível avistar boa
parte da parte urbana de Campos do Jordão e da cidade vizinha – São Bento do
Sapucaí e pudemos observar o contorno do Complexo do Baú.
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Continuamos
a caminhada, eu sempre comparando o trajeto in
loco com o do mapa, verificando altitude e horário, até que chegamos a uma
sombra no fim da subida principal e fizemos uma pausa para um lanche reforçado.
Voltamos a caminhar com o Sol castigando nossas cabeças até que chegamos ao acesso
ao Mirante São José dos Alpes, porém não fomos até ele, pois teríamos que
caminhar por mais de 1 km fora do nosso percurso e estávamos com o cronograma
apertado (em breve voltarei de carro a esse ponto só para ir a esse mirante e
pretendo levar a Juliana, o Jay e o Luiz – meus parceiros dessa trip). Chegamos
ao ponto mais alto e caminhamos em meio à paisagem deslumbrante da Mantiqueira.
De um lado esquerdo da estrada o Parque Estadual de Campos do Jordão e do lado
direito a imensidão da Fazenda Lavrinhas.
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Subimos novamente na picape (eu, o
Jay, o Luiz e um jovem da manutenção), a Juliana foi no banco da cabine com o
Sr. Jaime e seguimos na estrada, já no Gomeral. Os outros dois rapazes da
manutenção foram de moto (pois haviam deixado-a na pousada pela manhã).
Passamos por uma casa, praticamente
toda de vidro e logo iniciamos a descida ladeados por montanhas (entre elas a
Pedra Grande e a Pedra do Macaco) e com o amplo visual de Guaratinguetá,
Aparecida, Roseira e a cadeia montanhosa de Cunha. A estrada é extremamente
sinuosa e toda coberta com pedregulhos do tamanho de uma bola de basquete, trecho
este que era vencido sem problemas pela picape (teríamos muita dificuldade em
caminhar nesse trecho). A viagem foi bastante divertida – off road no Gomeral...
Finalmente chegamos a bifurcação 4,
descemos do carro, despedimos dos nossos caroneiros e seguimos para a Cachoeira
do Onça.
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Após esperarmos um rebanho passar
apressadamente, descemos por uma estrada particular por uns 500 metros e atravessamos
por uma campina, tendo que passar por uma cerca de arame farpado e entramos numa
trilha com mata fechada, mas com traçado bem demarcado. Depois de uma descida
de uns 100 metros, chegamos a parte de baixo da Cachoeira do Onça e nos
refrescamos parcialmente nas gélidas águas da piscina natural ao pé da
cachoeira. Por causa do horário da saída do ônibus, ficamos apenas por uns 15
minutos para descansar, fotografar, contemplar e se molhar. Num futuro bem
próximo retornarei a essa cachoeira para ficar o dia todo!
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De volta a estrada, continuamos na
caminhada por aproximadamente 2 quilômetros até chegarmos à Pousada da Dona Ana.
Fomos recebidos pela dona da pousada e logo depois o ônibus chegou. Eu e a
Juliana pernoitamos no Gomeral. O Jay e o Luiz seguiram de ônibus pra
Guaratinguetá e de lá para São Paulo. A noite de lua cheia no Gomeral estava
fantástica, horas depois de termos jantado uma truta ao molho de alcaparras e
champignon, acompanhada com batatas souté, arroz e feijão. Nos dia seguinte,
pela manhã, depois de tomarmos o nosso café da manhã com bolinhos de queijos
dos deuses, voltamos para casa.
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Vídeo da travessia produzido pelo Jay: https://www.youtube.com/watch?v=NWW-uyHRu00
Da esquerda para a direita: Luiz, Jay, Marcio (eu) e Juliana.
Até a próxima!!!