No terceiro dia
em El Chaltén, planejei fazer uma trilha até o alto de um monte, com uma vista
espetacular dos principais atrativos do local.
Acordei cedo e
notei que o céu estava limpo e o sol já derretia a geada da manhã. Ótimo para
caminhar. Despedi-me do Fabian e da Felícia – meus colegas de dormitório em
três dos dias que fiquei na patagônia. Eles estavam indo para outra cidade. Eu
ficaria ainda por mais dois dias em Chaltén. Como não estava mais gostando da
hospedagem em que estava, saí pra procurar outra pousada. Consegui em pouco
tempo. Fiz o check-in, arrumei minha
mochila e fui para o Loma del Pliegue Tumbado.
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Segui até o centro
de visitantes, na entrada da cidade e fui até a entrada da trilha. Inicialmente
tem uma bifurcação. Do lado esquerdo segue uma trilha até o Mirador de los
Condores, onde é possível avistar a cidade de El Chaltén. Seguindo mais
adiante, a trilha leva ao Mirador de las Aguilas, onde se vê o Lago Viedma. Do
lado direito da bifurcação segue-se para o Loma del Pliegue Tumbado e pra
Laguna Toro que, para fazê-la, teria que dedicar pelo menos dois dias para ir e
voltar.
Seguindo a trilha
do Loma percebi que passaria um bom tempo somente subindo. Conforme progredia,
avistava a cidade mais amplamente. Os Miradores de los Condores e de las
Aguilas também começavam a ficar pra baixo.
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Cheguei a uma
nova bifurcação e uma placa indicava a Laguna Toro à esquerda e o Loma à
direita. Segui pela trilha da direita até que adentrei na mata fechada, com
várias árvores caídas, onde continuei por mais de 1 hora e subindo
constantemente.
Saindo da
floresta percebi o quanto subi. Conseguia avistar o gigantesco Lago Viedma e o
relevo do seu lado oposto. A presença de neve era constante e continuei
subindo, subindo e subindo.
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A maioria das
pessoas vai somente até esse ponto. É possível subir ainda mais, entretanto, é
necessário enfrentar um morro extremamente inclinado e com dificuldade elevada
para se chegar ao cume. Para subir seria necessário ultrapassar os inúmeros
obstáculos de pedras soltas e neve densa. Decidi aceitar o desafio.
O engraçado é que
havia algumas pessoas lá em cima, mas não conseguia vê-las, pois estava além do
alcance da vista. Percebi que o monte era muito mais alto do que aparentava
ser.
Fui subindo com
um pouco de dificuldade e com o auxílio de um bastão improvisado até chegar
perto do trecho final. Continuei na escalaminhada. Passei ainda por uma longa
faixa de neve, que chegava quase aos meus joelhos, até que cheguei ao ponto
mais alto do morro.
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O cenário
majestoso lá do alto sobrepuja e compensa as dificuldades enfrentadas para
chegar até lá. Pude avistar quase tudo que havia conhecido nos dias anteriores:
Laguna Torre, Cerro Torre, Cerro Solo, Fitz Roy, Laguna Capri, Rio de las
Vueltas, Lago Viedma e até a Laguna Toro e Glaciar Túnel, do lado oposto.
Fiquei um longo tempo no topo da montanha e então desci.
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De volta, no
mirante mais abaixo, pude contemplar as acrobacias aéreas das aves de rapina.
Essa apresentação, além do mirante, já valeu pela trilha toda.
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Resolvi voltar
para a trilha, rumo à cidade, pois a temperatura começava a cair e o vento a
aumentar. Como na ida havia reparado mais no caminho adiante, na volta pude
observar mais detalhadamente a paisagem ao redor. As montanhas cobertas de
neve, as árvores retorcidas e maltratadas pelas intempéries, com uma coloração
típica do início do outono, faz uma bela combinação do cenário patagônico.
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No retorno
percebi como a trilha é bonita. Na minha opinião ela é mais linda que as
trilhas Laguna Torre e Fitz Roy.
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Finalmente voltei
a avistar a cidade. Como já havia descido quase a trilha toda, a temperatura
era mais elevada naquela altitude. Percebi como El Chaltén é linda à distância.
Chegando à
cidade, o Sol ainda ardia quente no céu. Passei no mercado, comprei alguns
alimentos para preparar minha janta na pousada e, depois da janta, fui ao evento
de aniversário de El Chaltén.
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Até a próxima!!!