El Chaltén – uma pequena e linda cidade da
patagônia argentina, e que é possível percorrê-la toda em menos de uma hora de
caminhada, é conhecida como a cidade dos trekkings. A forma mais usual de se
chegar é descendo no Aeroporto Internacional Comandante Armando Tola, em
El Calafate, e prosseguindo a viagem de ônibus até El Chaltén. A viagem de
ônibus dura em torno de 3 horas.
Mapa de El Chaltén (clique na imagem para ampliar)
Estava há 2 dias em El Calafate,
quando fui para El Chaltén. Embarquei no ônibus das 07:00 horas e cheguei ao
meu destino poucos minutos antes das 10 horas da manhã.
A paisagem do percurso é muito
bonita, passando por fazendas, pastos, deserto, os grandes lagos Argentino e
Viedma, sendo possível avistar o Glaciar Viedma em alguns trechos. A presença
dos guanacos e cavalos são constantes. Em boa parte do percurso também é
possível avistar uma extensa cadeia montanhosa com seus picos nevados, em
especial o Fitz Roy e o Cerro Torre.
Chegando a El Chaltén, o ônibus fez
sua primeira parada no Centro de Visitantes, onde tivemos uma breve explicação
sobre a cidade, a fauna, flora, clima, trilhas e os cuidados ao adentrar em
ambientes naturais, em especial quanto ao frio e o vento glacial, as mudanças
repentinas de clima e temperatura e como se portar diante de um animal em
específico: o puma! Apesar de ser raro de ver este felino, ele vive exatamente
onde passaria os próximos 4 dias. A minha intenção era ter a sorte de avistar
um. A orientação dos guardas florestais é manter a distância. Se, por acaso, o
animal atacar, a melhor defesa é o enfrentamento.
Após o tour no Centro de Visitantes,
voltamos para o ônibus que, logo depois, parou na rodoviária. Desembarquei e
fui procurar uma pousada. De repente vi uma mulher acenando e me chamando há
uns 30 metros de distância. Ela chamava pelo meu nome. Olhei para ambos os
lados para ver se não era engano, mas concluí que era comigo. Curioso, me
aproximei e somente de perto reconheci a Felícia e o Fabian, um casal de
alemães que me fizeram companhia num dormitório, dentro de um contêiner, no primeiro
dia que fiquei em El Calafate. Eles também haviam acabado de chegar e
procuravam por uma pousada. Juntos, ficamos no primeiro albergue que
encontramos, para não perdermos tempo útil do dia com isso.
Deixamos as bagagens no quarto
coletivo que pegamos e segui para o começo da trilha (Sendero) Laguna Torre. O
Fabian e a Felícia decidiram primeiro dar uma volta pela cidade. Como o tempo
muda rapidamente na patagônia, o céu ficou nublado em questão de minutos.
(clique na imagem para ampliar)
Seguindo
os mapas que retirei no centro de visitantes e na rodoviária, encontrei o
inicio da trilha. Meu plano era chegar a Laguna Torre, continuar até o Mirador
Maestri e retornar pela Laguna Hija, Madre e Capri. Como já eram 11:00, teria
que ir num ritmo mais forte para estar na cidade antes de escurecer.
Objetivo do dia (clique na imagem para ampliar)
A
trilha em direção à Laguna Torre é um pouco inclinada, mas, é a mais fácil das
outras trilhas longas. O traçado da trilha é bem demarcado e sinalizado
(quilometro por quilometro) até o destino final. Depois de alguns trechos de
subida, cheguei ao Mirador Del Torre. Já estava psicologicamente preparado para
o caso de não conseguir avistar o Cerro Torre, mas tive sorte. O tempo começava
a abrir nos Cerros Solo e Torre à distância.
Passei
por um cruzamento com uma trilha que faz conexão com a trilha do Fitz Roy,
passando pela Laguna Hija e Madre, onde eu seguiria no retorno do Cerro Torre.
Continuando
na trilha principal, atravessei um grande vale, alguns riachos e, finalmente,
cheguei ao fim da trilha, 11 km depois.
(clique na imagem para ampliar)
Às
vezes não acreditamos nas imagens que nossos olhos enviam para o nosso cérebro.
As agulhas do Cerro Torre são quase tão lindas que o vizinho Fitz Roy. Em
questão de minutos o céu ficou praticamente todo azulado, com apenas algumas
nuvens bem além, no horizonte.
(clique na imagem para ampliar)
Depois
de um longo tempo de contemplação, parti para o Mirador Maestri, 1 km adiante.
Desse mirante é possível ter uma vista de um ângulo diferente e um pouco mais
próximo do Cerro Torre e do Glaciar Grande. Esse trecho é um pouco mais
difícil, tanto pela inclinação como pelo trajeto de pedras soltas.
Voltando
do Mirador Maestri parei para descansar e lanchar diante da Laguna Torre e o
Cerro Torre mais adiante. Novamente pessoas acenavam para mim – eram o Fabian e
a Felicia. Conversamos por um longo tempo e então resolvi voltar pra trilha,
pois ainda passaria pela trilha que conecta o Sendero Laguna Torre a Sendero
Fitz Roy. Convidei o casal para me acompanhar, mas eles estavam cansados.
Combinamos então de nos encontrarmos na pousada até no máximo às 21:00 horas.
Se eu não aparecesse eles mandariam a guarda florestal pra tentar me localizar.
Despedi-me e voltei pela trilha que havia percorrido até a Laguna Torre.
(clique na imagem para ampliar)
Chegando
ao cruzamento que havia passado na ida, segui para a esquerda, sentido Laguna
Hija e Madre. À distância a ser percorrida até chegar ao cruzamento com a
trilha do Fitz Roy é de 8 km. A trilha tem a vegetação bem mais densa e
raramente cruzava com alguém, vindo no sentido oposto. Em alguns trechos não
conseguia nem ver o céu.
Finalmente
cheguei à primeira laguna – a Hija. O lago, que é abastecido com o derretimento
da neve da montanha, tem uma coloração magnífica, dependendo do ângulo de
visão, indo do verde ao azul – efeito que é acentuado na Laguna Madre, logo ao
lado. É possível ver o cume do Fitz Roy em boa parte do trajeto ao lado dos
dois lagos.
(clique na imagem para ampliar)
Chegando
ao final do trecho de conexão entre as 2 principais trilhas, virei à direita no
sentido de El Chaltén. A partir desse ponto eu andaria mais 8 km até a cidade, um
longo trecho ladeado por um rio vindo da Laguna Madre e, mais na frente,
formando a principal cachoeira de El Chaltén (Chorrillo Del Salto), desaguando
depois no Rio de las Vueltas.
Cheguei
a uma bifurcação com dois caminhos, separados por um morro e que se encontram
depois desse morro, uns 2 km adiante. Por um dos caminhos chega-se a um mirante
onde é possível avistar o Fitz Roy. Pelo outro caminho passa-se ao lado da Laguna
Capri, que também da pra avistar o Fitz Roy. Escolhi o da laguna.
Chegando
à Laguna Capri decidi ficar até o pôr do sol entre as nuvens e o Fitz Roy. Depois
do evento voltei para os últimos 4 km de trilha.
(clique na imagem para ampliar)
A partir
de então a trilha seria só descida. Em pouco tempo cheguei ao Mirador do Rio de
las Vueltas, onde também é possível avistar toda a pequena cidade de El
Chaltén. Cheguei ao final da trilha e na pousada quando começava a escurecer,
às 20:30 horas.
O objetivo
do dia foi cumprido com sucesso!
(clique na imagem para ampliar)
Até
a próxima!!!
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