Seria neste dia que eu conheceria o
atrativo que me inspirou a ir à patagônia: o Fitz Roy!
Havia chegado a El Chaltén no dia
anterior e feito a trilha até o Cerro/Laguna Torre e agora iria realizar o meu
principal objetivo na patagônia.
(clique na imagem para ampliar)
Levantei cedo e abri a janela. Levei
uma lufada do frio congelante no rosto. Fechei a janela e voltei para a cama.
Horas depois fiz uma nova tentativa.
Abri a janela e dei de cara com o Fitz Roy à distância. O céu estava limpo e
não havia nuvens no céu. O frio estava mais suportável. O dia prometia ser
bonito.
Organizei minha mochila, conversei
um pouco com o Fabian e a Felícia – meus companheiros de quarto e desci para a
cozinha para preparar meu desjejum. Lá encontrei o Alejo – um argentino que fiz
amizade no segundo dia que fiquei em El Calafate. Ele estava indo para o Camping
Agostini – um camping gratuito a uns 100 metros da Laguna Torre. Depois do café
da manhã parti para a trilha.
Como no dia anterior havia voltado
da Laguna Torre pela trilha de conexão com a trilha do Fitz Roy, já conhecia os
8 primeiros quilômetros do trajeto a ser
feito, com exceção dos 2 km de um dos lados da bifurcação “Laguna Capri –
Mirador Fitz Roy”, que não havia feito. No dia anterior havia voltado pela
Laguna Capri. Desta vez iria pelo lado do mirante.
Atravessei a cidade em 20 minutos de
caminhada e iniciei a trilha. Os primeiros 4 km seriam de longas subidas.
Passei pelo Mirador do Rio de las Vueltas no km 1 da trilha e segui
tranquilamente até a bifurcação “Laguna Capri – Mirador Fitz Roy”, onde entrei
pela trilha do lado direito, seguindo até o mirante. Dezenas de pessoas subiam
pela trilha. Como habitualmente ando num ritmo mais veloz, ultrapassei todos
que iam subindo.
(clique na imagem para ampliar)
O Fitz Roy visto a partir do mirador
é surreal, com suas paredes de granito, geleiras e neve acumulada, faz uma
combinação magnífica com o azul celeste e com a vegetação com uma coloração
típica do início do outono. Fiquei por quase meia hora observando a paisagem.
Mas o melhor estava por vir...
(clique na imagem para ampliar)
Voltei para a trilha e caminhei até
a bifurcação onde tem a trilha que faz conexão com a trilha Laguna Torre.
Entrei na trilha da direita e atravessei o Rio Blanco. Depois de passar pelo
rio não podia mais avistar o Fitz Roy, porque agora ficava escondido atrás de
um morro, que eu subiria logo mais.
(clique na imagem para ampliar)
O último quilômetro da trilha é o
mais difícil. Uma subida bem inclinada a perder de vista.
Conforme ia subindo a quantidade de
neve no chão aumentava e dificultava a subida, por estar escorregadia. Eu segui
um grupo que, de repente, começou a fazer guerra com bolas de neve. Entrei na
brincadeira.
Da metade da subida pra frente já é
possível avistar as Lagunas Madre e Hija, onde havia passado ao lado no dia
anterior. Perto do final da subida as pontas das agulhas do Cerro Poincenot e o
Fitz Roy reapareceram. Depois de muitas curvas e escorregões, cheguei ao fim da
trilha.
(clique na imagem para ampliar)
Finalmente cheguei à Laguna de los
Tres e alcançava então o principal objetivo da viagem. Tive sorte de estar
fazendo um dia quente, entre 15°C e 20°C, sem ventos e praticamente sem nuvens.
Custava acreditar que estava ali mesmo.
(clique na imagem para ampliar)
O que muitos não sabem e acabam
deixando passar é que entre a Laguna de los Tres e o Cerro Poincenot, bem ao
lado, tem outro lago – a Laguna Sucia. Esse lago tem a coloração mais intensa
do que as demais lagunas da região.
(clique na imagem para ampliar)
Fiquei por 4 horas em um ponto onde
era possível avistar a Laguna de los Tres, de um lado, a Laguna Sucia, do outro
lado e o Fitz Roy atrás. Aproveitei ao máximo para apreciar o lugar, fotografar
e lanchar. E até fazer um monstrinho com a neve que era abundante no local.
(clique na imagem para ampliar)
Fui para um ponto onde é possível
avistar a Laguna de los Tres e o Fitz Roy de um lado e as Lagunas Madre, Hija,
Capri e Lago Viedma do lado oposto. Paisagem espetacular!!!
(clique na imagem para ampliar)
Começava a esfriar e decidi então
descer, pois ainda iria ao Glaciar Piedras Blancas. Para chegar até lá teria
que descer o último quilômetro da trilha do Fitz Roy e entrar por um atalho
escondido antes do Rio Blanco e seguir por 1 km até o riacho que vem do
glaciar. A trilha não é sinalizada e poucas pessoas passam por lá. Há um grande
risco de desmoronamento no trecho entre o encontro do riacho com o Rio Blanco e
o glaciar. Naquele trecho, todo cuidado é pouco.
Na descida do morro encontrei o
Alejo, que vinha subindo. Ele havia chegado ao Camping Agostini, montado
acampamento e seguido para o Fitz Roy pela trilha de conexão. Conversamos brevemente
e segui pelo atalho rumo ao Glaciar Piedras Blancas.
Tive um pouco de dificuldade, pois o
caminho é quase todo de pedras soltas e me orientei pelos totens de pedras que
alguns caminhantes deixavam pelo caminho. Demarquei alguns trechos mais confusos
com novos totens e segui até o encontro do riacho que vem do Glaciar Piedras
Blancas com o Rio Blanco.
A partir daí virei para a esquerda e
escalaminhei todas as pedras até chegar ao lago, que é abastecido pelo glaciar.
Fiquei pouco tempo, pois começava a escurecer.
Na volta desequilibrei-me numa das
pedras e senti a torção no tornozelo. Mancando, cheguei de volta à trilha do
Fitz Roy. Passei pela Laguna Capri e ao chegar ao Mirador do Rio de lãs
Vueltas, já era noite. Acendi minha lanterna e continuei até chegar à pousada.
(clique na imagem para ampliar)
O lugar superou minhas expectativas
e as imagens do lugar eternizarão em minha memória.
(clique na imagem para ampliar)
(clique na imagem para ampliar)
(clique na imagem para ampliar)
Até a próxima!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário