segunda-feira, 8 de junho de 2015

FITZ ROY - El Chaltén (2º dia)

             Seria neste dia que eu conheceria o atrativo que me inspirou a ir à patagônia: o Fitz Roy!
            Havia chegado a El Chaltén no dia anterior e feito a trilha até o Cerro/Laguna Torre e agora iria realizar o meu principal objetivo na patagônia.

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            Levantei cedo e abri a janela. Levei uma lufada do frio congelante no rosto. Fechei a janela e voltei para a cama.
            Horas depois fiz uma nova tentativa. Abri a janela e dei de cara com o Fitz Roy à distância. O céu estava limpo e não havia nuvens no céu. O frio estava mais suportável. O dia prometia ser bonito.
            Organizei minha mochila, conversei um pouco com o Fabian e a Felícia – meus companheiros de quarto e desci para a cozinha para preparar meu desjejum. Lá encontrei o Alejo – um argentino que fiz amizade no segundo dia que fiquei em El Calafate. Ele estava indo para o Camping Agostini – um camping gratuito a uns 100 metros da Laguna Torre. Depois do café da manhã parti para a trilha.
            Como no dia anterior havia voltado da Laguna Torre pela trilha de conexão com a trilha do Fitz Roy, já conhecia os 8 primeiros quilômetros do trajeto  a ser feito, com exceção dos 2 km de um dos lados da bifurcação “Laguna Capri – Mirador Fitz Roy”, que não havia feito. No dia anterior havia voltado pela Laguna Capri. Desta vez iria pelo lado do mirante.
            Atravessei a cidade em 20 minutos de caminhada e iniciei a trilha. Os primeiros 4 km seriam de longas subidas. Passei pelo Mirador do Rio de las Vueltas no km 1 da trilha e segui tranquilamente até a bifurcação “Laguna Capri – Mirador Fitz Roy”, onde entrei pela trilha do lado direito, seguindo até o mirante. Dezenas de pessoas subiam pela trilha. Como habitualmente ando num ritmo mais veloz, ultrapassei todos que iam subindo.

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            O Fitz Roy visto a partir do mirador é surreal, com suas paredes de granito, geleiras e neve acumulada, faz uma combinação magnífica com o azul celeste e com a vegetação com uma coloração típica do início do outono. Fiquei por quase meia hora observando a paisagem. Mas o melhor estava por vir...

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            Voltei para a trilha e caminhei até a bifurcação onde tem a trilha que faz conexão com a trilha Laguna Torre. Entrei na trilha da direita e atravessei o Rio Blanco. Depois de passar pelo rio não podia mais avistar o Fitz Roy, porque agora ficava escondido atrás de um morro, que eu subiria logo mais.

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               O último quilômetro da trilha é o mais difícil. Uma subida bem inclinada a perder de vista.
            Conforme ia subindo a quantidade de neve no chão aumentava e dificultava a subida, por estar escorregadia. Eu segui um grupo que, de repente, começou a fazer guerra com bolas de neve. Entrei na brincadeira.
            Da metade da subida pra frente já é possível avistar as Lagunas Madre e Hija, onde havia passado ao lado no dia anterior. Perto do final da subida as pontas das agulhas do Cerro Poincenot e o Fitz Roy reapareceram. Depois de muitas curvas e escorregões, cheguei ao fim da trilha.

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            Finalmente cheguei à Laguna de los Tres e alcançava então o principal objetivo da viagem. Tive sorte de estar fazendo um dia quente, entre 15°C e 20°C, sem ventos e praticamente sem nuvens. Custava acreditar que estava ali mesmo.

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            O que muitos não sabem e acabam deixando passar é que entre a Laguna de los Tres e o Cerro Poincenot, bem ao lado, tem outro lago – a Laguna Sucia. Esse lago tem a coloração mais intensa do que as demais lagunas da região.

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            Fiquei por 4 horas em um ponto onde era possível avistar a Laguna de los Tres, de um lado, a Laguna Sucia, do outro lado e o Fitz Roy atrás. Aproveitei ao máximo para apreciar o lugar, fotografar e lanchar. E até fazer um monstrinho com a neve que era abundante no local.

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            Fui para um ponto onde é possível avistar a Laguna de los Tres e o Fitz Roy de um lado e as Lagunas Madre, Hija, Capri e Lago Viedma do lado oposto. Paisagem espetacular!!!

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            Começava a esfriar e decidi então descer, pois ainda iria ao Glaciar Piedras Blancas. Para chegar até lá teria que descer o último quilômetro da trilha do Fitz Roy e entrar por um atalho escondido antes do Rio Blanco e seguir por 1 km até o riacho que vem do glaciar. A trilha não é sinalizada e poucas pessoas passam por lá. Há um grande risco de desmoronamento no trecho entre o encontro do riacho com o Rio Blanco e o glaciar. Naquele trecho, todo cuidado é pouco.
            Na descida do morro encontrei o Alejo, que vinha subindo. Ele havia chegado ao Camping Agostini, montado acampamento e seguido para o Fitz Roy pela trilha de conexão. Conversamos brevemente e segui pelo atalho rumo ao Glaciar Piedras Blancas.
            Tive um pouco de dificuldade, pois o caminho é quase todo de pedras soltas e me orientei pelos totens de pedras que alguns caminhantes deixavam pelo caminho. Demarquei alguns trechos mais confusos com novos totens e segui até o encontro do riacho que vem do Glaciar Piedras Blancas com o Rio Blanco.
            A partir daí virei para a esquerda e escalaminhei todas as pedras até chegar ao lago, que é abastecido pelo glaciar. Fiquei pouco tempo, pois começava a escurecer.
            Na volta desequilibrei-me numa das pedras e senti a torção no tornozelo. Mancando, cheguei de volta à trilha do Fitz Roy. Passei pela Laguna Capri e ao chegar ao Mirador do Rio de lãs Vueltas, já era noite. Acendi minha lanterna e continuei até chegar à pousada.

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            O lugar superou minhas expectativas e as imagens do lugar eternizarão em minha memória.

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            Até a próxima!!!

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