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Mochila pronta, vou
ao Terminal Rodoviário Tietê e embarco no ônibus sentido São Sebastião. Após pouco
mais de 3 horas de viagem, peço para descer ao lado do píer onde iria de balsa à
Ilha de São Sebastião – Ilhabela, numa travessia de aproximadamente meia hora
até o píer dessa ilha.
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Meu plano inicial
era fazer a Trilha do Bonete, com extensão de mais de 11 quilômetros, somente no
dia seguinte. No primeiro dia decidi refazer a Trilha da Água Branca e ficar em
alguma pousada, para que pudesse começar a Trilha do Bonete logo cedo.
Descobri neste
dia que estava acontecendo uma competição mundial de stand-up na Praia do Perequê, onde pude assistir o final da
competição e fazer algumas amizades. Após o almoço criei coragem e fui pra
Trilha da Água Branca que fica a uns três quilômetros da praia. Fiz a pequena
trilha de nível fácil onde pude realizar algumas paradas pelos poços e cachoeiras
que ladeavam a trilha. No final da tarde retornei para a pousada para no dia
seguinte fazer a Trilha do Bonete.
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No dia seguinte,
por motivos de força maior, tive que abortar minha ida à Praia do Bonete e
voltar para São Paulo. Após mais de dois meses retornei ao ponto onde havia
interrompido meu roteiro anteriormente.
Próximo ao local
onde desembarquei da balsa, peguei o ônibus com itinerário “Borrifos” e desci no
ponto final, após 40 minutos de viagem, e segui a estrada de terra por mais de
quatro quilômetros até chegar ao portal, na Ponta da Sepituba, onde inicia a
trilha sentido a Praia do Bonete.
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O percurso seguia
ainda por estrada de terra até que cheguei ao primeiro mirante, onde se tem uma
vista espetacular do mar. Que vista!!!
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Após 2300 metros,
desde o portal de entrada, chego à Cachoeira da Laje. Lugar perfeito pra se banhar nas corredeiras e poços cristalinos.
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Após sair da
Cachoeira da Laje continuei com o percurso, onde a estrada de terra foi substituída
por uma trilha bastante irregular, escorregadia e cheia de pedra. Andei por 4 quilômetros
e cheguei à segunda cachoeira da trilha – a Cachoeira do Areado. Como os poços
e as cachoeiras estavam lotados de pessoas, optei por continuar a trilha sem me banhar no lago formado pela cachoeira, apenas fiz uma breve parada para lanchar e descansar. Deste ponto
até o final da trilha ainda teria que caminhar por mais 4500 metros. Já sentia
os primeiros sinais de cansaço, pois estava um pouco sedentário e o piso
irregular da trilha exigiu mais do meu atual condicionamento físico. Isso sem
contar os vários tombos que levei – o que me fez sentir dores em ambos tornozelos. Apesar
das dificuldades segui em frente.
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Finalmente cheguei
a outro mirante onde pude ter a primeira vista da Praia do Bonete. O dia estava
ensolarado, praticamente sem nuvens, o que dava uma combinação magnífica de
cores do céu, vegetação, terra e mar.
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A partir do
mirante a trilha somente desce até chegar à Praia do Bonete. Durante boa parte
do percurso é possível avistar a praia. Passei pela terceira cachoeira – a Cachoeira
do Saquinho. Fotografei, cruzei a ponte e continuei a trilha rumo a praia.
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Finalmente terminei
a trilha e cheguei à exótica e pequena praia do Bonete. Em poucos minutos de
caminhada pude atravessar toda a extensão da praia e fui procurar uma pousada
para passar a noite. Fiz o check-in e fui fazer o reconhecimento das ruas da
vila caiçara, passando pela Igreja de Santa Verônica – uma homenagem à
personagem que viveu no primeiro século e que teria enxugado a face de Jesus
com um véu branco em seu caminho para o Calvário. Nessa igreja tradicionalmente
é realizada, no mês de julho, uma festa em homenagem a Santa Verônica, ocasião
que é celebrada missa com cânticos em latim, contando com a participação de
violeiros locais. Por coincidência, nessa ilha fiz amizade com uma argentina
chamada Verônica...
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Resolvi nesse
mesmo dia ir ver o por do sol no Mirante da Barra, que fica do lado oposto da
praia, em relação a trilha do Bonete. Seguindo as placas de indicação encontrei
a trilha e fui até o topo. De lá é possível observar toda a vila caiçara do
Bonete, o que não é possível observar por completo pelo mirante da trilha do
Bonete. Entrando por uma trilha menor e na direção do mar é possível avistar um
longo trecho de mar e parte da Praia das Enchovas. Mirante de uma beleza
surreal!!!
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A tarde foi
cedendo espaço para os primeiros tons do contraste que a noite começou a apresentar. Não me lembro
de já ter visto antes um por do sol tão belo e ao mesmo tempo tão melancólico
como o que vi nesse entardecer, com as belas manchas sombreadas dos coqueiros e do relevo
montanhoso da ilha que se estendia até o mar. Ao mesmo tempo belo e triste.
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Ao amanhecer,
mesmo com os pés doloridos, resolvi conhecer as duas praias vizinhas, a Praia
das Enchovas e a Praia Indaiaúba. Ainda tive tempo de me lembrar da noite
anterior, na qual havia dado problemas no sistema de gás da pousada e não
poderia tomar banho quente. Sim, toda energia elétrica da Vila do Bonete é
mediante uso de gás. A noite estava muito fria e tive que ir tomar banho numa
pousada a 500 metros da que eu estava. Pelo menos fui agraciado com um decente banho quente.
Mochila pronta
novamente e caminhei os 3300 metros que separa a Praia do Bonete da Praia das
Enchovas. Boa parte do percurso que fiz, tive a companhia de um caiçara muito
gente boa que mora no Bonete e que estava indo trabalhar em um sítio na Praia
das Enchovas. A praia é minúscula e boa parte dela é formada por areia
misturado com cascalho. Minha permanência nesta praia foi curta, pois ainda
tinha uma longa caminhada pela frente.
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A próxima parada
seria na Praia de Indaiaúba, distante a mais de três quilômetros da Praia das
Enchovas. Para acessar a trilha é preciso atravessar um rio com água chegando a
altura dos joelhos, porém, por causa das pedras no leito do rio, faz essa
travessia ser um pouco trabalhosa, tendo em vista que as pedras submersas neste rio são extremamente escorregadias. A trilha, por sua vez, é bem
acentuada, tornando o percurso bem desgastante.
Finalmente cheguei
a uma vila no meio do nada, quer dizer, no meio da mata. Vila essa com ruas
estreitas de paralelepípedos e com casarões luxuosos no meio da mata, protegidos
por câmeras de vigilância e seguranças motorizados. Entrei na pequena vila,
andei por suas estradas e entrei em uma varanda que estava aberta e que tinha
uma bela vista para o mar. Eu sabia que estava sendo monitorado, mas continuei
caminhando pela vila e fotografando a paisagem. Em momento algum fui abordado,
nem percebi a presença humana. Encontrei também diversos quadriciclos da
segurança local estacionados à beira da rua. Como se eu estivesse numa vila
fantasma. Continuei subindo até que cheguei a um heliporto, de onde pude
avistar toda a Praia de Indaiaúba. Desci até bem próximo à praia, porém, tive
que retornar ao ponto de origem, pois o tempo estava mudando e já sentia
algumas gotas de chuva no rosto. Num possível retorno planejarei ir para dormir
na praia de Indaiaúba.
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Voltei à Praia do
Bonete, passando pela Praia das Enchovas, fiz um lanche na pousada onde havia
tomado banho quente na noite anterior (Pousada Canto Bravo) e retornei pela
trilha do Bonete, onde no final “ataquei” um contrafilé grelhado e uma cerveja.
De lá voltei para São Paulo, já pensando num futuro retorno à Ilhabela.
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Até a próxima!!!
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