sexta-feira, 1 de julho de 2016

TRILHA DO BONETE – ILHABELA/SP

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                Mochila pronta, vou ao Terminal Rodoviário Tietê e embarco no ônibus sentido São Sebastião. Após pouco mais de 3 horas de viagem, peço para descer ao lado do píer onde iria de balsa à Ilha de São Sebastião – Ilhabela, numa travessia de aproximadamente meia hora até o píer dessa ilha.

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                Meu plano inicial era fazer a Trilha do Bonete, com extensão de mais de 11 quilômetros, somente no dia seguinte. No primeiro dia decidi refazer a Trilha da Água Branca e ficar em alguma pousada, para que pudesse começar a Trilha do Bonete logo cedo.
                Descobri neste dia que estava acontecendo uma competição mundial de stand-up na Praia do Perequê, onde pude assistir o final da competição e fazer algumas amizades. Após o almoço criei coragem e fui pra Trilha da Água Branca que fica a uns três quilômetros da praia. Fiz a pequena trilha de nível fácil onde pude realizar algumas paradas pelos poços e cachoeiras que ladeavam a trilha. No final da tarde retornei para a pousada para no dia seguinte fazer a Trilha do Bonete.

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                No dia seguinte, por motivos de força maior, tive que abortar minha ida à Praia do Bonete e voltar para São Paulo. Após mais de dois meses retornei ao ponto onde havia interrompido meu roteiro anteriormente.
                Próximo ao local onde desembarquei da balsa, peguei o ônibus com itinerário “Borrifos” e desci no ponto final, após 40 minutos de viagem, e segui a estrada de terra por mais de quatro quilômetros até chegar ao portal, na Ponta da Sepituba, onde inicia a trilha sentido a Praia do Bonete.


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                O percurso seguia ainda por estrada de terra até que cheguei ao primeiro mirante, onde se tem uma vista espetacular do mar. Que vista!!!


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                Após 2300 metros, desde o portal de entrada, chego à Cachoeira da Laje. Lugar perfeito pra se banhar nas corredeiras e poços cristalinos.

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                Após sair da Cachoeira da Laje continuei com o percurso, onde a estrada de terra foi substituída por uma trilha bastante irregular, escorregadia e cheia de pedra. Andei por 4 quilômetros e cheguei à segunda cachoeira da trilha – a Cachoeira do Areado. Como os poços e as cachoeiras estavam lotados de pessoas, optei por continuar a trilha sem me banhar no lago formado pela cachoeira, apenas fiz uma breve parada para lanchar e descansar. Deste ponto até o final da trilha ainda teria que caminhar por mais 4500 metros. Já sentia os primeiros sinais de cansaço, pois estava um pouco sedentário e o piso irregular da trilha exigiu mais do meu atual condicionamento físico. Isso sem contar os vários tombos que levei – o que me fez sentir dores em ambos tornozelos. Apesar das dificuldades segui em frente.

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                Finalmente cheguei a outro mirante onde pude ter a primeira vista da Praia do Bonete. O dia estava ensolarado, praticamente sem nuvens, o que dava uma combinação magnífica de cores do céu, vegetação, terra e mar.

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                A partir do mirante a trilha somente desce até chegar à Praia do Bonete. Durante boa parte do percurso é possível avistar a praia. Passei pela terceira cachoeira – a Cachoeira do Saquinho. Fotografei, cruzei a ponte e continuei a trilha rumo a praia.

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                Finalmente terminei a trilha e cheguei à exótica e pequena praia do Bonete. Em poucos minutos de caminhada pude atravessar toda a extensão da praia e fui procurar uma pousada para passar a noite. Fiz o check-in e fui fazer o reconhecimento das ruas da vila caiçara, passando pela Igreja de Santa Verônica – uma homenagem à personagem que viveu no primeiro século e que teria enxugado a face de Jesus com um véu branco em seu caminho para o Calvário. Nessa igreja tradicionalmente é realizada, no mês de julho, uma festa em homenagem a Santa Verônica, ocasião que é celebrada missa com cânticos em latim, contando com a participação de violeiros locais. Por coincidência, nessa ilha fiz amizade com uma argentina chamada Verônica...

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                Resolvi nesse mesmo dia ir ver o por do sol no Mirante da Barra, que fica do lado oposto da praia, em relação a trilha do Bonete. Seguindo as placas de indicação encontrei a trilha e fui até o topo. De lá é possível observar toda a vila caiçara do Bonete, o que não é possível observar por completo pelo mirante da trilha do Bonete. Entrando por uma trilha menor e na direção do mar é possível avistar um longo trecho de mar e parte da Praia das Enchovas. Mirante de uma beleza surreal!!!

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                A tarde foi cedendo espaço para os primeiros tons do contraste que a noite começou a apresentar. Não me lembro de já ter visto antes um por do sol tão belo e ao mesmo tempo tão melancólico como o que vi nesse entardecer, com as belas manchas sombreadas dos coqueiros e do relevo montanhoso da ilha que se estendia até o mar. Ao mesmo tempo belo e triste.

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                Ao amanhecer, mesmo com os pés doloridos, resolvi conhecer as duas praias vizinhas, a Praia das Enchovas e a Praia Indaiaúba. Ainda tive tempo de me lembrar da noite anterior, na qual havia dado problemas no sistema de gás da pousada e não poderia tomar banho quente. Sim, toda energia elétrica da Vila do Bonete é mediante uso de gás. A noite estava muito fria e tive que ir tomar banho numa pousada a 500 metros da que eu estava. Pelo menos fui agraciado com um decente banho quente.
                Mochila pronta novamente e caminhei os 3300 metros que separa a Praia do Bonete da Praia das Enchovas. Boa parte do percurso que fiz, tive a companhia de um caiçara muito gente boa que mora no Bonete e que estava indo trabalhar em um sítio na Praia das Enchovas. A praia é minúscula e boa parte dela é formada por areia misturado com cascalho. Minha permanência nesta praia foi curta, pois ainda tinha uma longa caminhada pela frente.

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                A próxima parada seria na Praia de Indaiaúba, distante a mais de três quilômetros da Praia das Enchovas. Para acessar a trilha é preciso atravessar um rio com água chegando a altura dos joelhos, porém, por causa das pedras no leito do rio, faz essa travessia ser um pouco trabalhosa, tendo em vista que as pedras submersas neste rio são extremamente escorregadias. A trilha, por sua vez, é bem acentuada, tornando o percurso bem desgastante.
                Finalmente cheguei a uma vila no meio do nada, quer dizer, no meio da mata. Vila essa com ruas estreitas de paralelepípedos e com casarões luxuosos no meio da mata, protegidos por câmeras de vigilância e seguranças motorizados. Entrei na pequena vila, andei por suas estradas e entrei em uma varanda que estava aberta e que tinha uma bela vista para o mar. Eu sabia que estava sendo monitorado, mas continuei caminhando pela vila e fotografando a paisagem. Em momento algum fui abordado, nem percebi a presença humana. Encontrei também diversos quadriciclos da segurança local estacionados à beira da rua. Como se eu estivesse numa vila fantasma. Continuei subindo até que cheguei a um heliporto, de onde pude avistar toda a Praia de Indaiaúba. Desci até bem próximo à praia, porém, tive que retornar ao ponto de origem, pois o tempo estava mudando e já sentia algumas gotas de chuva no rosto. Num possível retorno planejarei ir para dormir na praia de Indaiaúba.

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                Voltei à Praia do Bonete, passando pela Praia das Enchovas, fiz um lanche na pousada onde havia tomado banho quente na noite anterior (Pousada Canto Bravo) e retornei pela trilha do Bonete, onde no final “ataquei” um contrafilé grelhado e uma cerveja. De lá voltei para São Paulo, já pensando num futuro retorno à Ilhabela.

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                Até a próxima!!!

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