Estagiando
no Parque Ecológico do Guarapiranga que conheci o Programa Trilhas de São
Paulo. O gestor do parque, na ocasião, me presenteou com um passaporte de
trilhas contendo a descrição sobre as trilhas e informações sobre os parques
estaduais de São Paulo que foram contemplados pelo programa. Neste passaporte
as trilhas estão dispostas em três níveis de dificuldades (fácil, médio e
difícil), sendo uma em cada página, com a descrição sumária da trilha e do
parque. Na página ao lado um mapa com o traçado da trilha e a localização dos
atrativos. A cada trilha realizada, o participante poderá solicitar o registro
em seu passaporte. Esse registro é feito através de um carimbo em um campo
específico do passaporte, na página respectiva a trilha concluída, tendo
direito a brindes em conformidade com os níveis de dificuldades concluídos.
Para os que concluem todas as trilhas do nível fácil ganham um squeeze; as do nível médio um porta
câmera fotográfica/squeeze; as do
nível difícil uma pequena mochila. Para os que concluem todas as trilhas – 40 no
total, além dos brindes de cada nível, ganham também uma camiseta com a frase:
“Eu fiz!”. Acho que o gestor do Parque Ecológico do Guarapiranga adivinhou que
eu abraçaria a idéia e que seguiria firme até o fim. Na mosca...
A
minha proposta com este relato é apresentar, de forma bem resumida, apenas a
experiência que tive em cada uma das 40 trilhas, abstendo-me de informações
técnicas sobre os parques, trilhas, atrativos, fauna, flora, geologia, tradições
e cultura local, com ressalvas. Desculpem-me se, em algum trecho da minha
escrita, “assassinei Camões” com incorreções de concordância ou regência
nominal/verbal. Algumas informações são apresentadas nas imagens obtidas das
páginas do Passaporte Trilhas de São Paulo – Conhecer para Conservar, junto com
algumas fotos que tirei nas trilhas e parques. As imagens do rafting no Rio Paraibuna foram feitas por
colaboradores do Programa Trilhas de São Paulo, que cobriam o evento na data em
que eu concluía o passaporte, na ocasião com o rafting. Informações mais
detalhadas poderão ser obtidas no site: trilhasdesaopaulo.sp.gov.br/trilhas-de-sao-paulo/, clicando no nível de dificuldade da trilha e depois na trilha desejada.
(clique na imagem para ampliar)
Vamos às trilhas!!!
1 – Trilha da Vida
(sensorial) (meados de março a julho de 2009) – 65 metros
Através
do estágio que cumpria no Parque Ecológico do Guarapiranga, por intermédio da
universidade que cursava, tomei conhecimento do passaporte de trilhas, realizando
a trilha da vida – uma trilha sensorial que objetiva interagir o visitante com
o meio ambiente através dos sentidos, exceto a visão, com a missão de
sensibilizá-lo para a conservação da natureza e a utilização dos recursos
naturais de forma sustentável. Uma guia do parque solicitou que eu tirasse meus
tênis e meias e vendou meus olhos. Ela, andando de costas e segurando em minhas
mãos, conduziu-me pela pequena trilha, onde tive que aguçar minha audição para
ouvir os sons a minha volta, o meu olfato para sentir os odores naturais e
produzidos em certos trechos, o meu paladar pra identificar as frutas que me
eram oferecidas, o meu tato para identificar os objetos dispostos em uma longa
mesa colocada no meio da trilha e os diferentes tipos de terrenos pelo qual eu
pisava com variações de temperatura.
Após
sair da trilha tirei a venda dos meus olhos, limpei meus pés, vesti minhas
meias, calcei meus tênis e tivemos um momento de reflexão sobre as percepções
que tive durante a trilha. Solicitei que meu passaporte fosse carimbado,
iniciando, a partir deste momento, minha temporada de trilhas. Por orientação
da gestão do parque, não abordarei sobre o conteúdo específico da trilha, nem
publicarei fotos de seu interior para não impactar na experiência de outros
visitantes. Particularmente, eu fiz essa trilha dezenas de vezes – a primeira
de olhos vendados, como visitante e as demais de olhos abertos, como o novo
guia da trilha até o término da vigência de meu estágio.
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2 – Trilha da
Nascente do Riacho do Ipiranga (26/07/2009) – 720 metros
Fiz
essa trilha logo pela manhã. Fui ao Parque Estadual das Fontes do Ipiranga –
Jd. Botânico e após atravessar o parque iniciei a trilha. O piso estava um
pouco escorregadio, mas pude fazê-la sem grandes dificuldades. A trilha, uma
passarela de madeira fixa, suspensa, com alguns pontos de observação termina
numa das nascentes que formam o Riacho do Ipiranga. Na volta, carimbei meu
passaporte e parti para o Pico do Jaraguá.
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Cheguei
ao Parque Estadual do Jaraguá no começo da tarde e fui direto para a trilha.
Assim como na trilha do Jd. Botânico, essa trilha também é composta de piso de
madeira, não encontrei nenhum obstáculo em realizá-la. Fui
até o fim da trilha, onde tem um antigo tanque que era usado por garimpeiros de
ouro, e voltei em menos de 1 hora, carimbei meu passaporte na portaria e fui
direto para o Pai Zé.
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4 – Trilha do Pai Zé (26/07/2009) – 3,6 km
Essa
trilha é bem mais difícil que as anteriores, por conta da inclinação do
terreno, chegando ao ponto mais alto da cidade de São Paulo (1.135 metros de
altitude). Subi a trilha tranquilamente e no último lance, antes da estrada
asfaltada que vai até o topo, fui mais exigido fisicamente, por conta das
pedras pelo caminho e da maior inclinação no terreno. Lá no alto, num posto
avançado do parque, carimbei meu passaporte, subi as escadas até a torre, passei
um tempo contemplando a cidade de São Paulo e voltei pelo mesmo caminho. No
final da tarde já estava na estação de trem Vila Clarice voltando para casa.
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5 – Trilha da
Cachoeira (02/08/2009) – 3 km
Entusiasmado
com o passaporte, parti para o Parque Estadual da Cantareira – Núcleo
Engordador. Peguei um ônibus ao lado da estação Tucuruvi e desci um ponto
depois da Pedreira Itacema, daí tive que caminhar um pouco de volta, pois notei
que desci um ponto depois do que deveria descer. Entrei na estrada de acesso ao
parque e em alguns minutos cheguei à portaria do parque. Paguei a entrada e fui
direto para a trilha parei nas cachoeiras para tomar banho e fotografá-las.
Voltando da trilha fiquei um tempo ao lado da represa da Cantareira, fiz meu
lanche, carimbei meu passaporte na portaria do parque e voltei para casa.
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6 – Trilha da Pedra Grande (08/08/2009) – 9,6 km
Cheguei no Parque
Estadual da Cantareira – Núcleo Pedra Grande logo cedo, pois sabia através do
passaporte que a trilha é extensa. Na verdade, não é uma trilha propriamente
dita. A maior parte do percurso é de estrada asfaltada, com um pequeno trecho
de terra no final. O trajeto é bastante arborizado e leva até um mirante onde é
possível ter uma vista panorâmica de São Paulo. Fui até o museu, logo ao lado
(localizado erroneamente no mapa do passaporte) e parti para o Bosque do Lago
das Carpas. Fiquei pouco tempo. Havia levado pouco lanche e já havia consumido
praticamente tudo. Chegando a portaria do parque solicitei o carimbo e parti
para a primeira lanchonete e depois para casa.
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7 – Trilhado
Passareúva (17/08/2009) – 3 km
A
logística para esta trilha foi trabalhosa. Na rodoviária do Jabaquara embarquei
em um ônibus para Cubatão. De lá peguei um ônibus até uma vila próxima a sede
do Parque Estadual Serra do Mar – Núcleo Itutinga Pilões, em Cubatão. Do ponto
final deste ônibus segui caminhando por aproximadamente 3 km , passando por uma estrada
de terra com dezenas de igrejas, praticamente encostadas uma na outra, até que
cheguei à guarita do parque. Deste ponto até a administração do núcleo tive que
andar mais 3 km
em uma estrada de terra – a maior parte em linha reta e cheguei ao ponto de
encontro onde os dois guias me esperavam. Depois de um café iniciamos a trilha.
Continuamos pela estrada de terra, passando por ruínas de um casarão que serviu
de hospital nos primórdios da interiorização da colonização paulista, até que
descemos por um atalho e atravessamos um rio, tomando as devidas precauções
para não tropeçar e desequilibrar nas pedras do leito do rio. Subimos por uma
encosta e depois por uma trilha até que chegamos num poço a alguns níveis acima
do rio. Este seria o ponto em que teríamos que voltar. Depois de um tempo no
poço e nas cachoeiras adjacentes, voltamos pelo mesmo caminho e carimbei meu
passaporte na administração do parque.
Percorri os 3 km até a guarita do parque e
ao invés de voltar para a vila onde havia descido do ônibus municipal, optei
subir para a Rodovia Anchieta até a balança de pesagem de veículos, onde entrei
em contato com um serviço de transporte com vans, que costuma embarcar pessoas por
essa rodovia e informei minha localização. Aguardando o próximo veículo dessa
empresa, que passaria em breve, ocupei o restante do meu tempo tentando acalmar
um cachorro que achava que eu estava invadindo o seu território. Em menos de
meia hora a van chegou até minha localização. Larguei numa corrida frenética e
me joguei dentro da van, com o cachorro no meu encalço. Saí ileso e com mais
uma trilha realizada com sucesso.
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8 – Trilha Monumentos
Históricos – Caminhos do Mar (30/08/2009) – 9 km
Nesta
trilha, situada no Núcleo Itutinga Pilões, mas com a entrada no município de
São Bernardo do Campo, tive que ser pontual para não perder o ônibus que leva
até o parque e que passa poucas vezes ao dia. Do terminal intermunicipal do
Jabaquara, embarquei em um ônibus até Ferrazópolis, onde esperei pelo ônibus
que me levaria até a entrada do parque.
Chegando
lá, comecei prontamente a caminhada. Parte do percurso é feito em um trecho de
planalto e o restante descendo a serra. Todo o trajeto é em estrada asfaltada. Durante
a descida passei por alguns casarões antigos, ruínas e por dutos que descem
pela serra. Após os 9 km
de caminhada nas inúmeras curvas da descida cheguei ao fim da estrada.
Apresentei meu passaporte para ser carimbado, na portaria de baixo e tive a
opção de pegar um ônibus para a rodoviária de Cubatão e de lá pegar um ônibus
para a rodoviária do Jabaquara, mas como estava com pouca grana e economizando
o que tinha, decidi voltar pela mesma estrada que desci. Ao chegar a portaria
do parque esperei por um tempo até que o ônibus vindo de Ferrazópolis chegou e
me levou de volta para a civilização.
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9 – Trilha dos Campos
(meados de setembro a dezembro de 2009) – 3 km
Pegando
o primeiro ônibus do dia na rodoviária do Tietê rumo a Campos do Jordão e desci
na Vila Jaguaribe. De lá peguei um ônibus local até o Horto Florestal e entrei
no parque. Tive dificuldade em encontrar o inicio da trilha, pois a sinalização
estava confusa. Após encontrar a trilha subi um morro bem inclinado e passei
por alguns campos de altitude, com alguns pontos de descanso com bancos de madeira,
até que entrei numa mata mais densa, com vegetação típica da Serra da
Mantiqueira. Sai rente a um riacho que dá acesso a outra trilha com alto grau
de dificuldade. Permaneci na trilha principal até que saí praticamente na
metade da Trilha da Cachoeira – também integrante do Passaporte Trilhas de São
Paulo.
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10 – Trilha da Cachoeira (meados de setembro a dezembro de 2009) – 4,7 km
Saindo
da Trilha dos Campos, estava praticamente na metade do percurso que leva até a
cachoeira que dá nome a trilha. Fiz um lanche ao chegar à cachoeira, fiquei um
tempo a observá-la e retornei pelo fácil percurso até a entrada do parque,
tendo por companhia as araucárias, os pássaros e o riacho de margens plácidas.
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11 – Trilha da Saúde
(meados de setembro a dezembro de 2009) – 1,3 km
Deixei
logo cedo a capital paulista, indo para o município de Rio Claro. Descendo na
rodoviária, caminhei pela cidade por uns 4 km até a guarita da entrada principal do
Horto Florestal – a Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade. Peguei uma
longa estrada, em volta uma mata densa, sempre ouvindo o barulho da pisada de
animais nas proximidades. Em um trecho saí da estrada para dar passagem a um
rebanho que vinha em sentido contrário e depois de uns 3 km cheguei a uma
encruzilhada onde tinha uma cancela e um vigia que me esperava. Identifiquei-me
e o vigia carimbou meu passaporte, antes mesmo de fazer a trilha, pois ele só
estava esperando eu chegar para trancar a guarita e ir embora.
Andei mais um
pouco para chegar ao início da trilha, passando por uma pequena vila com
casarões antigos. Cheguei a um lago eutrofizado e encontrei a sinalização que
indicava o começo da trilha. Uma particularidade divertida é que a trilha é
composta por obstáculos artificiais, com o objetivo de incentivar o visitante a
atividades físicas diversas (alongando, saltando, equilibrando, flexionando
etc.). Após terminar a trilha, passando pelos obstáculos dispostos em pontos
estratégicos da trilha, dei uma volta pelo horto e no final da tarde voltei
para São Paulo.
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12 – Trilha da Praia
do Sul (17/01/2010) – 2,2 km
Até
então, as trilhas anteriores eu havia feito sozinho ou com guias do parque onde
era obrigado. As próximas trilhas – agora geograficamente longe de casa, tive a
necessidade em viajar acompanhado de outras pessoas com os mesmos objetivos,
por comodidade e economia. Foi aí que tomei ciência de um grupo de trilhas, o Rumo a Trilha,
com o qual fiz várias trilhas e aqueci a
“maratona” em busca do 40º carimbo. As trilhas a seguir, as que não fiz sozinho,
fiz em viagens oficiais do grupo Rumo a Trilha ou em conjunto com alguns
membros do mesmo grupo.
O primeiro
encontro foi esquematizado para fazer as três trilhas do passaporte, situadas
no Parque Estadual da Ilha Anchieta. Estávamos em cinco pessoas (eu,
Florivaldo, Mirtes, Lourdes e Rogério) e marcamos o ponto de encontro no
Terminal Rodoviário do Tietê, à noite, na véspera da data das trilhas.
Descemos
no meio da madrugada em Ubatuba, num posto de gasolina e ficamos aguardando o
horário do primeiro ônibus local para o ponto de encontro de uma embarcação que
nos levaria até a ilha. Andamos até o local em que saía o ônibus, que nos levou
até um atracadouro. Encontramos o guia, que nos encaminhou até píer e a
embarcação e navegamos para a Praia do Sul. Chegando lá aproveitamos por um
tempo o banho que aquela praia nos oferecia e seguimos pela trilha, morro
acima, morro abaixo, passando por um mirante de madeira, até chegarmos a Praia
das Palmas.
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13 – Trilha
Subaquática (17/01/2010) – ida: 350 metros pelo mar; volta: 500 metros por terra.
Caminhamos
até a Praia do Presídio (ao lado da Praia das Palmas) e visitamos a exposição
da vida marinha em um prédio da administração do parque. Após a visita seguimos
até uma cobertura onde teríamos uma explicação sobre a Trilha Subaquática.
Pegamos emprestado o equipamento para a pratica de snorkeling e seguimos para a praia, onde teríamos que atravessar
rente a um costão rochoso até a Praia do Engenho, com o auxílio de uma
minúscula jangada feita de PVC e outros materiais plásticos.
Após
me acostumar com o equipamento de mergulho/flutuação pude contemplar a vida
abundante debaixo d’água. Nosso avanço era feito de forma conjunta com os
instrutores, segurando a jangada e impulsionando com as nadadeiras. Chegando ao
fim do percurso voltamos por terra e devolvemos o equipamento de mergulho e
seguimos para as ruínas.
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14 – Trilha do Saco
Grande (17/01/2010) – 2,6 km
Visitamos
as ruínas do quartel e da vila militar do antigo presídio o qual, segundo os
guias da ilha, houve uma luta sangrenta durante a rebelião que teve há muitos
anos. Seguimos para a última trilha do nosso roteiro na Ilha Anchieta, passamos
por mais ruínas e saímos em um costão rochoso onde pudemos observar um show da
natureza – ondas versus rochas. Voltamos
para a Praia do Presídio, solicitamos os carimbos referente as três trilhas da
ilha e seguimos de lancha até o continente, já pensando no próximo roteiro.
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15 – Trilha do Garcez
(14/03/2010) – 6 km
Depois
de quase dois meses sem fazer trilha, seguimos num pequeno grupo em dois carros,
para o município de Natividade da Serra, no Parque Estadual Serra do Mar –
Núcleo Santa Virgínia. O dia estava quente – o que foi propício para
aproveitarmos da melhor forma as cachoeiras em alguns trechos da trilha. Foi uma viagem tranquila, os participantes
bem humorados e a trilha feita sem pressa, com longas paradas nas cachoeiras.
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16 – Trilha das
Árvores Gigantes (17/03/2010) – 3,5
km
Peguei
o último ônibus da noite rumo a Porto Ferreira, chegando lá no começo da
madrugada. Não havia reservado hotel, fui preparado para em último caso
pernoitar na rodoviária. Tentei uma vaga em duas pousadas, mas ambas não
quiseram me receber devido ao horário (a primeira vez que vejo esse tipo de
desculpa – lá vai meu ponto negativo para a receptividade dessa cidade).
Resolvi ficar
do lado do posto policial do lado da rodoviária, mas ao chegar lá encontrei o
policial fechando o posto. Voltei para a rodoviária, que também tinha fechado
ao chegar o último ônibus e me contentei com o chão de concreto, protegido do
vento por uma mureta, do lado externo da rodoviária. Fazia frio, vesti toda a
roupa que tinha na minha mochila e me cobri com minha capa de chuva da Força
Aérea, o que me deu uma proteção extra contra as intempéries. Não temia ser
assaltado. Além da minha vida e da minha câmera compacta, nada mais tinha de
valor. Dormi tranquilamente. Acordei no meio da madrugada sentindo que tinha
companhia e algo se movia a poucos metros de mim. Sorrateiramente espiei e vi
que eram dois cachorros. Voltei a dormir e acordei com o barulho das pessoas
que passavam pela rua, indo para seus trabalhos e percebi que estava
amanhecendo.
Tomei café
numa padaria ao lado da rodoviária e me informei sobre o horário do ônibus que
passaria em frente ao Parque Estadual de Porto Ferreira. Ele sairia muito tarde
em relação ao horário que eu deveria estar fazendo a trilha e de lá pegar o
ônibus para o Parque Estadual de Vassununga, que passava poucas vezes por dia.
Como minha aptidão para a caminhada estava em alta, caminhei os 8 km pela rodovia que vai da
rodoviária até o parque. A rodovia seguia em linha reta, que mal dava para vê-la
no horizonte, pois estava andando contra o sol. Em pouco mais de uma hora
cheguei no parque, a beira da rodovia.
Chegando lá,
fui muito bem recebido e já fui adentrando na trilha. O percurso é bem
agradável de andar e pude observar um jequitibá-rosa com mais de 100 anos de
idade e outras árvores de grande porte. Terminada a visita, carimbei meu
passaporte e atravessei a rodovia para pegar o ônibus para Vassununga, que
passou quinze minutos depois de eu ter chegado ao ponto.
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17 – Trilha dos
Jequitibás (17/03/2010) – 2,3
km
Pedi
para o motorista me avisar quando o ônibus chegasse ao ponto do Parque Estadual
de Vassununga, que fica a beira da rodovia e a menos de 30 minutos de Porto
Ferreira, na cidade de Santa Rita do Passa Quatro. Desci e fui direto para a
administração do parque, visitei o museu, assisti um vídeo sobre o parque e
carimbei meu passaporte, para não precisar voltar ao prédio administrativo,
pois a trilha fica do outro lado da rodovia. Entrei por uma passagem embaixo da
rodovia, peguei curta estrada de terra e cheguei ao início da trilha. De todas
as trilhas que fiz, essa é a que mais têm pernilongos. Pensei que seria
carregado por eles... Na volta, após passar pelo maior jequitibá-rosa do Estado,
retornei para a rodovia e fiquei acenando para os ônibus rodoviários que
passavam com itinerário a São Paulo, mas nenhum parava. Tive sorte com um
ônibus que parou para desembarcar um passageiro que morava numa fazenda próxima
ao parque e voltei para casa com minha missão do dia cumprida.
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18 – Trilha do Poção
(21/03/2010) – 3,5 km
Novamente
em sistema de carona, com divisão de custos, fomos somente com um carro (eu, Florivaldo,
Mirtes e Cida) para o Parque Estadual Serra do Mar – Núcleo Caraguatatuba e
quase que voltamos sem fazer a trilha. No dia anterior havia chovido e, segundo
o gestor do parque, o rio que corta a trilha havia subido muito – o que seria
um risco enorme para fazê-la. Tentamos convencê-lo em tentar fazer ao menos
parte da trilha e tivemos que esperar um grupo de resgate do parque que analisava
o trajeto e treinava uma nova equipe de resgate. Eles perceberam que tínhamos
alguma experiência em trilhas e autorizaram nossa entrada.
Entramos
na trilha e quando passamos pelos trechos em que precisávamos atravessar por
dentro dos rios, seus níveis já estavam baixos e prosseguimos até chegarmos ao
poço no fim da trilha. Apesar do Sol não aparecer, não foi empecilho para que
entrássemos no poço e na cachoeira, um nível acima. Na volta visitamos o museu
do parque, carimbamos o passaporte e voltamos para a capital.
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19 – Trilha do
Mirante (28/03/2010) – 2,1 km
Nesta
trilha tive a companhia do Eddy. Fomos de bike.
Acordei
no meio da madrugada e pedalei os quase 30 km até próximo o Terminal Varginha onde o
Eddy estaria me esperando para continuarmos nossa pedalada por mais uns 30 km de estrada asfaltada e
20 de estrada de terra. O percurso é bastante sinuoso, com muitas subidas e
atoleiros, próximo ao Parque Estadual Serra do Mar – Núcleo Curucutu.
Chegamos
ao parque. O Eddy aparentava estar bem. Já eu, estava morto de cansaço, assado,
com dores nas costas, em lugares que nem sabia que existia e estava quase deitando
no meio da rua. Conversamos um pouco com o guia e partimos para a trilha.
Chegamos ao marco divisório de municípios (São Paulo e Itanhaém), mas não
conseguimos avistar o litoral, pois a névoa era muito densa. Fomos até uma
cascata com algumas bicas e tomamos banho, mesmo com o tempo fechado e de vez
em quando garoando. Comemos bastante goiabada para termos energia para a volta
e após terminarmos a trilha, carimbamos o passaporte, descansamos bastante e
voltamos para a pedalada. Porém um imprevisto aconteceu. Durante uma descida
numa estrada de terra, o guidão da bike do Eddy quebrou e por sorte ele não
caiu, pois estava em
velocidade. Ele só conseguiu parar a bike depois que a
descida terminou e começava uma nova subida, fazendo-a perder a velocidade. A
partir daí pedalei mais um trecho, mas resolvi também empurrar a minha bike já
que o Eddy também empurrava a dele, pois estava sem possibilidade de voltar a
pedalar por causa do defeito.
O
Eddy tentou ligar para um amigo vir nos buscar de carro, mas na região não
tinha sinal de celular. Então andamos mais de 10 km empurrando nossas bike
até que chegamos à área urbana, já na estrada asfaltada e que foi possível usar
o celular. Quando o nosso socorro chegou já havíamos caminhado mais uns 8 km , só que o amigo do Eddy
foi com o carro quase cheio, mas couberam todos. Prendemos nossas bikes no
suporte externo do carro e voltávamos pela Estrada do Embu-Guaçú quando começou
a chover forte. Depois de um tempo a chuva parou e a rapaziada teve a gentileza
de me deixar a 2 km
de casa, que continuei pedalando. Voltei a fazer trilha 1 mês depois...
(clique na imagem para ampliar)
20 – Trilha Divisor
das Águas (08/05/2010) – 14 km
Desta
vez a viagem foi de microônibus. A primeira viagem fretada que participo com o
grupo Rumo a Trilha.
Saímos
de São Paulo por volta da meia noite e fomos para o Parque Estadual Intervales.
Viajamos a madrugada toda e, ao chegar, ficamos por um tempo esperando a
chegada dos guias. Pegamos o capacete de proteção, para quando entrássemos nas
grutas e começamos a caminhada logo cedo por uma estrada de terra até que
entramos na trilha. Visitamos a Gruta do Fogo, tendo que descer por uma aresta
com o auxílio de uma corda e passando praticamente rastejando por alguns
túneis. Voltando para a trilha seguimos até a Gruta da Santa, que é protegida
por bastante vegetação e pela escultura de N. Sra. de Lourdes – protetora das
cavernas. Na saída desta gruta, seguimos por uma trilha sinuosa até chegarmos num
dos maiores atrativos de todas as trilhas do passaporte (pelo menos para mim): a
Gruta do Fendão. A diversão dessa gruta é que o visitante tem que percorrê-la
por dentro de um rio, praticamente em todo o seu trajeto. Essa gruta é
subterrânea e para adentrá-la tivemos que descer com o auxílio de uma corda e
segurando nas laterais da passagem rochosa. Ao chegar ao leito do rio seguimos
contra a corrente fluvial, onde tivemos que escalaminhar algumas pequenas
cascatas, nos espremer por algumas fendas e seguir por longos corredores até
chegarmos numa saída, no lado oposto do da entrada, precisando escalaminhar por
uma encosta até que saímos novamente na trilha, na superfície. Ao chegarmos na
estrada de terra começou a cair uma forte chuva, que nos acompanhou até
chegarmos na pousada do parque e descansamos para enfrentarmos a trilha do dia
seguinte.
(clique na imagem para ampliar)
21 – Trilha do
Mirante da Anta (09/05/2010) – 4,2
km
Levantamos
cedo, tomamos um excelente café da manhã e partimos para a trilha. Essa trilha
é praticamente subir um morro, avistar a paisagem e voltar. Como, no dia, a
neblina era forte, não pudemos ter uma boa vista lá do alto, porém, a trilha é
ladeada por uma mata muito bela e a experiência da visitação foi bacana.
Na
volta carimbamos nossos passaportes nos campos referente as trilhas dos dois
dias, almoçamos, entramos no microônibus e voltamos para São Paulo felizes com
o aprendizados que tivemos e agraciados com o início de novas amizades.
(clique na imagem para ampliar)
22 – Trilha das
Cachoeiras (16/05/2010) – 14,4
km
Nesta
viagem fui com a Lourdes e Milena, partindo da Rodoviária do Tietê para a
cidade de Guaratinguetá e encontramos com uma turma bastante divertida que
vinha do Rio de Janeiro em duas vans. De lá seguimos para o Parque Estadual
Serra do Mar – Núcleo Cunha.
Através
dos guias do parque tivemos uma explicação sobre a região e sobre as trilhas.
Seguimos então, com o grupo bem espalhado, para as cachoeiras. O percurso é
quase todo em estrada de terra, com uma pequena trilha que dá acesso às
cachoeiras. São várias quedas, uma seguida da outra, separadas apenas por poços
de águas de cor esmeralda. Ficamos por um bom tempo vislumbrando as cachoeiras
– os mais corajosos entrando em suas gélidas águas. Com o grupo ainda
espalhado, retornamos aos poucos para a sede do parque.
(clique na imagem para ampliar)
23 – Trilha do Rio
Paraibuna (16/05/2010) – 1,7
km
Fui
um dos poucos que conseguiram fazer essa trilha após ter feito a Trilha das
Cachoeiras. A trilha ficou bem silenciosa depois que me afastei do Rio
Paraibuna. Passei por algumas bicas, experimentei a água e segui até sair
novamente na sede do parque. Solicitei o carimbo referente as duas trilhas,
esperei o restante do grupo e voltamos para Guaratinguetá. De lá compramos nossas passagens de volta para
São Paulo.
(clique na imagem para ampliar)
24 – Trilha da Praia
Brava da Almada (03/06/2010) – 4,2
km
MEGA
ROTEIRO!!!
As
próximas 4 trilhas (Praia Brava da Almada, Baepi, Cachoeira do Gato e Água
Branca) fizemos numa tacada só... Os aventureiros: eu, Florivaldo, Jay,
Fernando e Juninho.
Encontramos-nos
na Rodoviária do Tietê, com nossas mochilas cargueiras com suprimentos para
três dias e seguimos para Ubatuba para encontramos com o último membro da
expedição, o Fernando. De lá partimos para o Parque Estadual Serra do Mar –
Núcleo Picinguaba.
Como
a trilha é monitorada, esperamos o guia chegar e após isso seguimos para a
Praia da Fazenda. Depois de andar no trecho de praia, seguimos por uma trilha,
quase na beirada do costão rochoso, saindo na Praia Brava da Almada. Ficamos
por um tempo e voltamos para a sede do núcleo, pois tínhamos que pegar um
ônibus para Caraguatatuba e depois outro para São Sebastião. Se perdêssemos o
primeiro ônibus, poderíamos pegar outro somente horas depois. Quando chegamos à
Praia da Fazenda tivemos que correr até chegar na administração do parque.
Pegamos nossas mochilas cargueiras e voltamos a correr, por quase um
quilômetro, até chegarmos ao ponto de ônibus, para não perdê-lo. Pouco tempo
depois, embarcamos para Caraguatatuba. De lá para São Sebastião, onde subimos
na balsa que nos levaria até a Ilha Bela.
(clique na imagem para ampliar)
25 – Trilha do Baepi
(04/06/2010) – 7,4 km
Já
era fim de tarde quando começamos a subir a Trilha do Baepi. Quando descemos da
balsa caminhamos por uns 3 km
até que chegamos a uma subida pavimentada tão íngreme, mas tão íngreme que, encostaríamos
nossas testas no chão se inclinássemos um pouco mais para frente...
Ainda
estávamos na parte descampada quando a noite já caía sobre nossas cabeças.
Ficamos avaliando onde montar nossas barracas e após alguma ponderação seguimos
para a mata fechada e montamos nossas barracas do lado de um rochedo. Ventava
muito e tínhamos dificuldade em encontrar um lugar ideal para montar nossas
barracas. Tomada a decisão, preparamos algo quente para comer e avaliamos de
forma breve sobre o dia que tivemos. Derrepente algumas luzes apareciam dentro
da mata (não era vaga-lume) daí soltamos a imaginação sobre o que poderia
ser... Entramos em nossas barracas para o descanso merecido, porém com sem
conforto algum. Lembro-me que durante a madrugada choveu, ventou e alguns
animais passaram ao lado de nossas barracas Assim a madrugada chegou bem
tranquilamente até que ouvi um grito de desespero. Algum animal encostou-se na
barraca de um dos integrantes do grupo e até descobrirmos o motivo do grito a
tensão era grande. Passado o susto voltamos a dormir e acordamos com a
claridade do dia.
Estávamos
doloridos por termos dormido em terreno inclinado, pois não encontramos um
terreno nivelado. Levantamos, preparamos o café da manhã e depois de tomá-lo
desmontamos as barracas, acoplamo-las às mochilas e seguimos a trilha para o
alto do Baepi. Conforme a inclinação do terreno aumentava, a dificuldade também
era maior, devido ao peso das mochilas. Resolvemos escondê-las no mato,
memorizamos o local e subimos praticamente sem bagagem até o topo. O trecho
mais difícil estava próximo do topo, quando tivemos que subir rastejando pela
vegetação, numa encosta bastante íngreme. Vencido o desafio, que de mochila
cargueira seria impossível, chegamos ao fim da trilha. Desse ponto começou o pequeno
trecho de escalaminhada, até que somente o céu estava acima de nós. Ficamos por
um bom tempo contemplando o arquipélago de Ilha Bela e iniciamos a descida. Localizamos
nossas mochilas e continuamos a descer até que saímos da trilha e entramos na
rua pavimentada.
Nossa água
estava escassa e a que tinha já estava quente, pois fazia um calor desgraçado.
Logo no começo da rua pavimentada tem uma caixa d’água da SABESP onde enchemos
nossas garrafas. Enfrentamos a descida íngreme já com as pernas bambas de
cansaço, até que chegamos rente à praia. Caminhamos por alguns quilômetros até
que encontramos um restaurante caseiro onde gordiamos uma feijoada. Após
almoçar deitamos no chão, mortos de cansaço e depois seguimos por algumas ruas
até que entramos na Estrada de Castelhanos, onde faríamos uma peregrinação
nível Odin...
(clique na imagem para ampliar)
26 – Trilha da
Cachoeira do Gato (05/06/2010) – 4
km
O
plano a seguir seria percorrer por aproximadamente 19 km , na Estrada de
Castelhanos até a praia, de mesmo nome, do lado leste da ilha. Quando passamos
por um portal com uma guarita e casamata, administrada pelo Parque Estadual de
Ilhabela, informamos nosso objetivo e no mesmo momento um grupo de jipeiros que
voltava de Castelhanos duvidou do nosso plano. Frases como “vocês nunca vão
chegar”, “vocês são doidos” e “vocês não chegaram hoje lá” permeavam na boca
dos jipeiros. Já começava a escurecer quando despedimos-nos dos transeuntes e
seguimos rumo ao leste da ilha.
Mesmo
cansados e cambaleantes, seguimos pela estrada de terra morro acima. O percurso
basicamente é transpor um morro (9,5
km de subida e 9,5 km de descida). Durante a subida, depois de
uma cascata a beira da estrada, um motoqueiro apareceu, no sentido contrário, e
ficou surpreso com nossa empreitada. Disse que iria até o centro urbano de Ilha
Bela buscar suprimentos e que voltaria pra Castelhanos. Antes de partir, nos
indicou um camping e desejou boa sorte. Continuamos a caminhada e logo começou
a chover forte. Estávamos exaustos, famintos, molhados, pesados, sujos até o
pescoço por causa da lama e a subida sinuosa não acabada. Quando pensávamos que
estávamos no alto do morro, aparecia logo a frente uma outra subida. Quando
começamos a descer as pilhas das lanternas começaram a acabar, já andávamos em
“S”, a chuva não parava, o barro aumentava de forma desproporcional. A estrada
estava tão ruim que, em alguns trechos, a diferença de altura entre a estrada e
as laterais era de aproximadamente dois metros. Depois de um tempo fomos
ultrapassados pelo motoqueiro que voltava do centro urbano e que nos informou
que no camping tinha chuveiro com banho quente. Isso foi a motivação que
esperávamos. Com um ânimo maior e somente com duas lanternas funcionando
seguimos pela estrada até chegarmos a uma grande piscina, no meio da estrada,
com o barro decantado. Tivemos que atravessá-lo com a água chegando aos joelhos,
pois não tinha outro caminho para passarmos. Chegando ao outro lado ainda
deparamo-nos com mais duas piscinas e comprimento e profundidade maiores. Vencido
os obstáculos, chegamos ao trecho final, com o piso mesclando barro e areia até
que chegamos à praia. Chegamos antes da meia-noite...
Seguindo
a informação do motoqueiro seguimos um pouco pela areia da praia e chegamos ao
camping. O dono do empreendimento, um caiçara e seus dois amigos, já nos esperavam,
pois o motoqueiro havia avisado sobre nossa chegada. A chuva havia passado, mas
ameaçava voltar. Pagamos a taxa, montamos as barracas, tomamos banho quente
(água aquecida a gás) e começamos a planejar nossa janta, a base de macarrão e
miojo. Os caiçaras convidaram-nos para compartilharmos nossos macarrões, pois
eles também faziam um caldeirão de macarronada numa cozinha rudimentar.
Resolvemos misturar todos os macarrões com todos os temperos para ver no que ia
dar. Os caiçaras ainda adicionaram cebola picada e uma carne que não me lembro
mais o que era. Talvez peixe, talvez salsicha. Resultado: foi a melhor
macarronada que comi em toda a minha humilde existência!!! Depois do banquete
fomos para nossas barracas e dormimos até ser acordado pelo barulho do vento,
do mar e da chuva. Lembro que a lona que coloquei em cima da minha barraca,
para uma proteção maior contra a chuva e que havia prendido com algumas pedras,
escapou e o vento começou a arrastá-la pra longe da barraca. Nem me dei ao
trabalho de levantar para buscá-lo, de tão cansado que estava. Só percebi a
lona voltando pra cima da minha barraca e ser presa novamente com mais pedras.
Um de meus colegas teve a proeza de fazer isso por mim. Graças a Deus, senão,
até hoje nem teria ido atrás dessa lona...
Amanheceu
com o tempo nublado, porém não chovia. Eu e o Florivaldo fomos os primeiros a
fazer a Trilha da Cachoeira do Gato. O restante do grupo continuou dormindo.
Chegamos ao começo da trilha e logo depois da ponte de madeira perdemos a trilha
e facilmente encontramos o rumo até que chegamos à cachoeira. Não conseguimos
entrar embaixo dela, pois o piso estava demasiadamente escorregadio e
resolvemos não arriscar. Depois de um tempo voltamos ao camping e o Jay,
Fernando e Juninho foram para a trilha enquanto cuidávamos das barracas. Alguns
turistas começavam a chegar à praia, trazidos pelos vários jipes que vinham do
outro lado da ilha. Quando o trio voltou da trilha, desmontamos as barracas e
pedimos um almoço na cozinha do camping. Arroz, feijão, peixe e salada – almoço
de bom tamanho pelo o pouco que havíamos comido e pelo o desgaste que tivemos
em todo o roteiro. Depois de comer a sorte bateu à nossa porta. Estávamos
cansados demais para voltar nesse dia a pé até a balsa. Não poderíamos voltar
de jipe, pois os que chegavam do oeste da ilha, vinham cheios de turistas e
voltavam com os mesmos, ao final da tarde. Um jipe que estava quebrado, desde o
dia anterior em Castelhanos, esperava por uma peça sobressalente. Peça essa que
havia vindo do outro lado da ilha, logo pela manhã, e o jipe voltaria somente
com o motorista para o oeste da ilha. Negociamos um valor pro jipeiro nos
transportar de volta para a civilização. Combinamos o horário e fomos
aproveitar um pouco da praia. Na hora combinada embarcamos no jipe e voltamos
no off-road até perto da guarita da
estrada, já do lado ocidental da ilha. Não seguimos até a balsa, pois para três
de nós (eu, Juninho e Fernando) tínhamos que fazer a Trilha da Água Branca (o
Florivaldo e o Jay já haviam feito essa trilha meses atrás).
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27 – Trilha da Água
Branca (05/06/2010) – 4,4 km
A
volta de Castelhanos foi bastante divertida com os sacolejos do jipe. Em
diversos trechos houve atolamentos, onde o jipeiro, com ajuda de uma picareta,
calçava os pneus do veículo com a terra que ele cavava da estrada. Vencido os
obstáculos chegamos pela parte final da Trilha da Água Branca, onde tivemos
apenas que descer até chegarmos à portaria da administração. Já estava quase
escuro e não pude aproveitar os poços e a cachoeira existente na trilha. Numa
próxima visita à Ilha Bela dedicarei um bom tempo nessa trilha. Saindo da
trilha, já estava totalmente escuro e solicitei os carimbos referentes às três
trilhas de Ilha Bela. Com o passaporte carimbado, voltamos para a estrada e
caminhamos uns 5 km
até chegarmos à balsa. Sem pudor, troquei de roupa dentro da balsa e seguimos
até a rodoviária de São Sebastião. Como o horário para São Paulo iria demorar
muito, pegamos um ônibus para São José dos Campos e de lá para a Rodoviária do
Tietê.
Lembro
de ter dormido mais de 12 horas seguidas quando cheguei em casa. Lição que tive desse
mega roteiro: não fazê-lo nunca mais. Não dessa forma...
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28 – Trilha da
Represa/Fornos (12/06/2010) – 4
km
Novamente
em sistema de carona, com divisão de custos, fomos somente com um carro (eu,
Florivaldo, Mirtes e Lourdes) para o Parque Estadual Carlos Botelho fazer as
duas trilhas do passaporte, contidas nesse parque. Chegando ao parque, após um
bate-papo com os monitores, seguimos para a trilha. Garoava um pouco, mas foi
possível fazer a trilha tranquilamente. Passamos pelos antigos três fornos de
carvão até que chegamos à represa. Carimbamos nossos passaportes e seguimos pela
estrada parque para o Núcleo Sete Barras, também no Parque Estadual Carlos
Botelho, a aproximadamente 10
km da sede onde fizemos a trilha da Represa/Fornos.
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29 – Trilha da Figueira (12/06/2010) – 2 km
Encontramos
com o guia na portaria do Núcleo Sete Barras e fizemos a pequena trilha até a
figueira de aproximadamente mil anos. De volta à administração, fizemos um
lanche reforçado e ouvindo o canto dos saíras-sete-cores. Seguimos para a
cidade de Registro para pernoitarmos e no dia seguinte fazer a próxima trilha.
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30 – Trilha da
Brejaúva e Palmáceas (13/06/2010) – 2,1 km
Depois
de uma longa viagem chegamos ao Parque Estadual da Campina do Encantado, em Pariquera-Açu. Após
um tempo no núcleo de educação ambiental do parque seguimos para as duas
trilhas. Apesar da informação no passaporte indicar uma trilha, na verdade são
duas: a Trilha da Brejaúva e a Trilha das Palmáceas. Apesar de curtas, ambas as
trilhas são de beleza singular. Visitamos também a pequena estação
meteorológica, carimbamos nosso passaporte e voltamos para São Paulo.
(clique na imagem para ampliar)
31 – Trilha das
Piscinas da Lage (19/06/2010) – 25
km
Esta
é a trilha mais longa de todo o passaporte. Estávamos em cinco pessoas. Saímos
de São Paulo, da Rodoviária do Tietê, na noite anterior e desembarcamos em Registro. De lá
pegamos um taxi, fomos até Cananéia e pernoitamos por lá até o horário da saída
da lancha que alugamos.
Do
ponto de encontro seguimos pelo mar, por mais de uma hora, até que chegamos ao Núcleo
Marujá, do Parque Estadual da Ilha do Cardoso. Durante o percurso pelo mar
tivemos a companhia de vários golfinhos que brincavam a poucos metros da
embarcação. Aguardamos o guia local, que nos conduziria pela trilha, e seguimos
pela areia da Praia do Marujá, por vários quilômetros até chegarmos ao costão
rochoso. Levamos aproximadamente 1 hora para atravessá-lo e continuamos
caminhando pela areia da Praia da Lage, até que chegamos numa trilha ladeada
por uma densa vegetação. Percorremos por uns 3 km , ora na trilha, ora
atravessando rio, ora escalaminhando nas pedras que estavam no caminho e
chegamos aos três poços de águas cristalinas – as Piscinas da Lage. Depois de
algumas horas, voltamos pelo mesmo caminho em direção a hospedagem do Núcleo
Marujá. Depois de passarmos pelo costão rochoso pudemos contemplar o
maravilhoso arrebol desta ilha paradisíaca. Carimbamos o passaporte, jantamos
como deuses e fomos descansar para a trilha do dia seguinte, na mesma ilha.
(clique na imagem para ampliar)
32 – Trilha do Poço
das Antas (20/06/2010) – 7 km
Logo
cedo seguimos de lancha para o Núcleo Perequê, do Parque Estadual da Ilha do
Cardoso, na ponta oposta da ilha. Pelo caminho pudemos observar os sambaquis
empilhados em algumas ilhotas. A viagem levou em torno de 1 hora e ao
chegarmos, seguimos pela trilha juntamente com o guia do núcleo. Passamos por
alguns trechos de atoleiros e seguimos até chegarmos ao Poço das Antas.
Retornando ao ponto inicial, no Núcleo Perequê, paramos para fotografar alguns
golfinhos que, despreocupadamente, brincavam próximos a beira do mar. Após
carimbarmos o passaporte voltamos para o continente, almoçamos e pegamos um
ônibus para São Paulo.
(clique na imagem para ampliar)
33 – Trilha do Betari
(28/08/2010) – 7,2 km
Estava
há mais de dois meses sem fazer nenhuma trilha do passaporte, quando surgiu
mais uma viagem do grupo Rumo a Trilha. Juntamente com um grande grupo, seguimos
de ônibus fretado para os municípios de Apiaí e Iporanga, no PETAR. Após viajar
a madrugada toda, chegamos à pousada, onde ficaríamos o fim de semana.
Ansiosos, pegamos o capacete de proteção para as cavernas e seguimos para a
trilha com os guias locais. Passamos em frente ao acesso da famosa Caverna de
Santana, mas seguimos direto pela trilha. Não pudemos visitar a Caverna da Água
Suja, pois estava com risco de desmoronamento e de inundação. Entramos na
Caverna Cafezal, depois voltamos para a trilha e quase tropeçamos numa enorme
cobra caninana. Atravessamos o Rio Betarizinho e Passa Vinte e continuamos a
trilha até que chegamos às surreais Cachoeiras das Andorinhas e Betarizinho.
Ficamos por um bom tempo nadando nos poços e tomando banho embaixo das
cachoeiras e voltamos pela mesma trilha. Passamos ainda pelas Cavernas do Couto
e do Morro Preto, carimbamos nossos passaportes na portaria do parque e
voltamos para a pousada.
No
dia seguinte visitamos a Caverna Alambari de Baixo, fizemos boia-cross no Rio
Betari e voltamos para casa, felizes pelo fim de semana maravilhoso.
(clique na imagem para ampliar)
34 – Trilha do
Itinguçú (18/09/2010) – 1 km
Esse
foi o segundo tento que fiz para realizar essa trilha. Na primeira vez deu
errado. Saí de São Paulo para Peruíbe e de lá esperei pelo ônibus que vai até a
portaria do parque, porém, nesse dia os ônibus não estavam fazendo o percurso
até o parque pelas condições precárias da estrada de terra (havia chovido a
semana toda). Voltei para casa frustrado.
Na
segunda tentativa fui de carro com uma colega, daí foi possível realizar a
trilha com sucesso. Mal começamos e já chegávamos ao fim da trilha. Ficamos por
um tempo observando a Cachoeira do Paraíso, tiramos algumas fotos, lanchamos e
voltamos para a portaria, onde solicitamos o carimbo. Na volta ainda
aproveitamos o dia na praia e retornamos ao final do dia para São Paulo.
(clique na imagem para ampliar)
35 – Trilha do Morro
do Diabo (23/10/2010) – 2,5
km
Novamente
com o grupo Rumo a Trilha, realizamos a viagem mais distante do passaporte.
Embarcamos no ônibus fretado e seguimos para o município de Teodoro Sampaio, no
sudoeste do Estado de São Paulo. Chegando à cidade, encontramos com a guia e
partimos para o Parque Estadual do Morro do Diabo, indo direto para a trilha. Todos
com perneiras, como proteção contra animais peçonhentos, subimos o morro em
pouco tempo e tivemos que tomar muito cuidado para não sermos picados por uma
das inúmeras cobras encontradas na trilha. Chegamos aos três mirantes, no alto
do morro, e após muitas fotos e contemplação, iniciamos a descida.
Entramos
no ônibus e seguimos para a sede do parque onde carimbamos o passaporte,
almoçamos e ficamos brincando com a Bruna – uma Arara-Canindé. No fim da tarde
fizemos a Trilha do Lago Verde e voltamos para a pousada. Durante a noite foi
possível observar alguns animais de grande porte. Alguém do grupo disse ter
visto uma onça e a maioria saiu da pousada com as câmeras fotográficas em mãos para
registrar o momento único, porém só era possível ver os olhos do animal
brilhando na escuridão da noite. Mais tarde alguém conseguiu uma foto que deu
para identificar o animal, um cervo...
Na
manhã seguinte o grupo partiu para o município de Assis para realizar mais uma
trilha.
(clique na imagem para ampliar)
36 – Trilha do Lago
(24/10/2010) – 1,8 km
Essa
foi a trilha mais imbecil que eu já fiz.
Uma
pequena volta no bosque, passando por uma floresta de Pinus, um forno de fabricação de carvão e pela Represa do Barro
Preto. Até o playground foi mais
interessante que a trilha. Valeu mais pelo carimbo no passaporte. Não compensa
fazer uma longa viagem só para fazer esta trilha. Tem que aproveitar a viagem
para Teodoro Sampaio, daí há algum sentido em passar tanto tempo na estrada (para
quem sai, por exemplo, de São Paulo).
Em menos de 90
minutos estávamos na rodovia voltando para São Paulo...
(clique na imagem para ampliar)
37 – Trilha do
Corisco (01/11/2010) – 20 km
Essa
trilha eu curti muito. É trilha para quem não tem medo ou preguiça de andar
dentro do mato. São 20 km
em mata fechada. De todas as trilhas do passaporte é a única que temos que sair
dos limites do Estado de São Paulo (Rio de Janeiro). Com um grupo reduzido
saímos da Rodoviária do Tietê, rumo a Paraty. Chegando lá pegamos um ônibus
coletivo e descemos próximo ao começo da trilha. Os guias chegaram em uma
picape da SMA e inicialmente tentaram nos convencer a desistir da trilha. O
motivo é que a trilha não era transitada a muito tempo e a mesma estava
fechada. Havia chovido também durante a semana e eles alertaram que poderíamos
sofrer com uma possível chuva e enxurradas dentro da selva. Insistimos na idéia
de que os problemas relatados não seria empecilho para completarmos o desafio,
porém, mesmo assim eles afirmaram temer pela nossa segurança. Um dos
integrantes do grupo, o Álvaro, que conseguiu convencer e tranquilizar os guias,
quanto aos perrengues que nosso grupo estava acostumado a passar. E se algo
acontecesse, estaríamos protegidos por Cristo – o nome do líder dos guias... Somos
eternamente gratos a você, Álvaro!
Colocamos
nossas perneiras e iniciamos a trilha numa subida bastante inclinada, no trecho
do Parque Nacional da Serra da Bocaina, até que chegamos ao marco divisório de
RJ/SP, a partir daí a Unidade de Conservação faz parte do Parque Estadual da
Serra do Mar – Núcleo Picinguaba. Andamos o dia todo, tivemos que atravessar
alguns riachos, em alguns trechos o guia pedia para o grupo esperar para que
ele pudesse encontrar a direção correta, até que saímos em alguns poços para
banho, a 3 km
do fim da trilha. Somente três pessoas entraram nos poços (eu fui uma delas).
Continuamos pela trilha, atravessamos uma ponte e chegamos a um antigo engenho
de álcool e açúcar que é utilizado pela comunidade caiçara da região. Este é o
fim da trilha. Uma picape esperava por nós, subimos na parte aberta do veículo
e fomos para a administração do parque, embaixo de uma fina garoa. Carimbamos
nossos passaportes e seguimos para a pousada do parque. Tivemos autorização
para usarmos a churrasqueira para fazermos nossa janta. Conseguimos comprar
carne e “refrigerante” e tivemos uma refeição a altura da fome que sentíamos.
No dia seguinte voltamos para casa.
(clique na imagem para ampliar)
38 – Trilha do
Pirapitinga (05/11/2010) – 5,7
km
Para
essa trilha, saí sozinho de São Paulo na noite anterior. Parti da Rodoviária do
Tietê para Taubaté. Cheguei à rodoviária de Taubaté às 00:30 horas. Fui
preparado para “dormir na rua”. Estava com a grana curta e resolvi não me
hospedar em lugar nenhum. Lembrei do dia em que fui pra Porto Ferreira... Fazia
frio. Estava sozinho, lendo um jornal nas cadeiras da rodoviária de Taubaté (o
ambiente fica iluminado a madrugada inteira), quando notei dois indivíduos
maltrapilhos vindo em minha direção. Logo pensei: “é agora que voltarei a pé
pra casa, apenas de meias e cueca”. Um dos indivíduos disse: “iaê”. Respondi: “o
quê”. Daí ele falou: “sabe o que é? Nós estamos com um carrinho de sopa ali do
outro lado e gostaríamos de te convidar para tomar um pouco conosco”. Comecei a
rir incontrolavelmente. Eles entreolharam-se sem entender nada e apenas
agradeci pelo convite. Eles perceberam que eu não era morador de rua e disseram
que se eu mudasse de idéia, saberia onde poderia encontrá-los. Consegui dormir
um pouco. Acordava quando sentia a presença de outras pessoas por perto, até
que amanheceu.
Ao
lado da rodoviária, algumas pessoas fazem lotação com seus veículos e seguem
pela Rodovia Oswaldo Cruz até o litoral. Peguei um desses carros e em 1 hora
cheguei ao Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Santa Virgínia. Como a
trilha é monitorada, um guia me acompanhou durante todo o percurso. Passamos
por vários poços e cachoeiras até que cheguei no Mirante em que dava para
avistar boa parte do parque e do Rio Paraibuna. De volta a administração do
parque, carimbei meu passaporte, fui pra rodovia e consegui embarcar num ônibus
para Taubaté e de planejava ir direto para Cunha para fazer a trilha faltante
daquele parque.
(clique na imagem para ampliar)
39 – Trilha do Rio
Bonito (07/11/2010) – 7,6 km
Não
tem transporte público até a sede do Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo
Cunha. O máximo que conseguiria ir era até a entrada de terra, a beira da
rodovia, tendo que caminhar por 20
km até o parque. Como havia reservado uma pousada,
consegui uma pessoa lá de Cunha, que me levaria até o parque em seu fusca.
Estava em Taubaté, pois tinha voltado da Trilha do Pirapitinga e liguei para o
dono do fusca. Ele disse que o carro tinha quebrado. Meu plano foi por água
abaixo... Saí da fila onde compraria uma passagem para Guaratinguetá e de lá
para Cunha e entrei na fila para comprar a passagem de volta para São Paulo.
Foi aí que o Carlos, meu parceiro de trilhas, me ligou. Como havia postado no
orkut sobre os meus planos de ir para Cunha, ele viu a postagem e ligou para
mim dizendo que também estaria indo para Cunha para fazer as 3 trilhas do
parque. Contei sobre o imprevisto que tive e ele avisou que iria de carro com
sua esposa para Cunha no dia seguinte. Mudei de fila novamente. Em vez de
voltar para casa, fui para Guaratinguetá e depois para Cunha. Hospedei-me e no
dia seguinte, eles me encontraram na entrada da cidade.
Seguimos
pela estrada de terra até que chegamos ao parque. Nesse dia eles fariam a
Trilha das Cachoeiras e a do Rio Paraibuna e somente no dia seguinte fariam a
do Rio Bonito. Aceitei prontamente acompanhá-los nas 3 trilhas do parque. Tive
a oportunidade de voltar nas belas cachoeiras da primeira trilha e na bela
trilha silenciosa e no dia seguinte fizemos a Trilha do Rio Bonito. A trilha é coberta
com bastante serrapilheira e em alguns lugares tivemos que atravessar o rio por
cima das pedras. Paramos em alguns poços para banho e no meio da tarde
terminávamos a trilha. Carimbamos nossos passaportes e voltamos para casa. Para
mim restava apenas 1 carimbo e obtive-o no roteiro mais divertido de todos.
(clique na imagem para ampliar)
Finalmente chegou o dia em que
terminaria o desafio das 40 trilhas. Ninguém havia terminado todas as trilhas
do passaporte desde sua criação. Além de mim, o Florivaldo e a Mirtes também
concluíam as trilhas do passaporte, justamente com o rafting no Rio Paraibuna. Este
foi um evento criado pela Secretaria do Meio Ambiente e operacionalizado pela Cia.
de Rafting e pelo PE da Serra do Mar – Núcleo Santa Virgínia. Tivemos também a
companhia do Jay e da Zenaide, nossos colegas de trilhas e do pessoal de
diversos departamentos da SMA.
Pegamos o equipamento de segurança
(capacete e coletes salva-vidas) e após o briefing
inicial os grupos foram divididos, 6 pessoas por bote. No que eu fui foram: eu
e o Florivaldo na parte dianteira, Jay e Zenaide no meio e a Mirtes e o dono da
Cia. de Rafting no fundo. Empurramos nosso bote por uma ravina e após
embarcamos, começamos a navegar pelo rio.
Descemos pelas Cachoeiras do
Saltinho e do Salto Grande, andamos por uns 300 metros por uma
trilha e descemos pela Cachoeira do Caixão e fizemos uma parada para o lanche.
Seguimos pelo rio e em alguns trechos pudemos parar para nadar. Nas Corredeiras
da Gamela o bote bateu numa pedra e no tranco jogou o Florivaldo e a Zenaide
embaixo na água e embaixo do bote. Rapidamente os resgatamos e continuamos
pelas águas plácidas do Rio Paraibuna até, muitos quilômetros depois chegarmos
ao final de nossa rota.
Carregamos os botes até um caminhão
que esperava pelo grupo e entramos no ônibus que também nos aguardava. Voltamos
para a sede do parque, tomamos um banho quente e nos preparamos para o
cerimonial que começaria em poucos minutos.
(clique na imagem para ampliar)
Com o grupo todo reunido, tivemos
(eu, Florivaldo e Mirtes) o nosso passaporte registrado com 40º carimbo,
encerrando nosso ciclo nesse programa. Recebemos todos os brindes previstos e
tivemos um momento de descontração onde pudemos dar nossas opiniões sobre o
projeto. Após a cerimônia voltamos para São Paulo felizes com a empreitada cumprida com sucesso!!!
Alguns textos e fotos sobre os primeiros (nós rsrs) a terminarem o passaporte nos sites abaixo:
Alguns textos e fotos sobre os primeiros (nós rsrs) a terminarem o passaporte nos sites abaixo: